Apesar
de termos chegado ao século 21, muitas atitudes ainda revelam o imenso atraso espiritual
que desfrutamos no Planeta Terra, com posturas antigas e inadequadas que não
acrescentam em nada no desenvolvimento humano.
Semana passada, “o mundo” comemorou com
estardalhaço a morte de Osama Bin Laden, executado no Paquistão por forças
americanas para lá deslocadas com o firme propósito de acabar de vez com a sua
vida. Alcançado o objetivo, divulgou-se que todos os que haviam perecido no dia
11 de setembro de 2001 estavam finalmente vingados e poderiam, em tese,
descansarem em paz.
Toda essa situação merece uma análise
profunda de todos nós, num momento em que tentamos construir um mundo melhor,
onde não existam ódios, ressentimentos, desavenças de nenhuma natureza e que a
paz possa ser construída e definitivamente instalada.
Não estou de forma nenhuma defendendo o
ato terrorista provocado por Bin Laden, apenas lembrando que seu assassinato,
ou execução como querem alguns, pode ser igualada ao atentado que ele produziu
em 2001 e ceifou milhares de vidas.
Da mesma forma que condenamos o que foi
feito naquele momento, mesmo porque nenhum daqueles que pereceram tinham sido
consultados para saber se estavam dispostos a morrer pela ideologia de alguns
fanáticos, foram simplesmente eliminados do Plano Terreno chocando a opinião
pública mundial que até hoje não consegue entender ou aceitar o que foi feito
de forma tão cruel.
A indignação pelo que aconteceu
deveria, no meu entender, estimular ações de informação e defesa que pudessem
de alguma forma evitar que tal transtorno viesse a acontecer novamente.
Utilizar o princípio da pena de Talião – olho por olho – dente por dente - não
foi um caminho adequado, mesmo porque, em qualquer código penal em vigência no
mundo atual, existe o princípio de que, diante da falta cometida cabe utilizar
na sua extensão a Justiça. O normal seria que ele fosse capturado, julgado e se
condenado como tudo indicava, fosse submetido às penas previstas nas leis
americanas.
O espetáculo de sua execução iguala seu
desaparecimento ao de milhares de pessoas que estavam no World Trade Center. Um
mundo que luta por justiça não pode ficar achando que sob o ponto de vista da
autoridade vale tudo.
Este episódio nos leva a pensar sobre
tudo que nos acontece no dia-a-dia, nos ajudando a compreender o papel do ser
humano, que é capaz de realizar atos de extrema loucura, embora tenha a
capacidade de produzir gestos de extraordinária grandeza, em razão da
perspectiva de que está permanentemente em constante evolução.
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