quarta-feira, 10 de junho de 2015

Vingança Amarga

Apesar de termos chegado ao século 21, muitas atitudes ainda revelam o imenso atraso espiritual que desfrutamos no Planeta Terra, com posturas antigas e inadequadas que não acrescentam em nada no desenvolvimento humano.
         Semana passada, “o mundo” comemorou com estardalhaço a morte de Osama Bin Laden, executado no Paquistão por forças americanas para lá deslocadas com o firme propósito de acabar de vez com a sua vida. Alcançado o objetivo, divulgou-se que todos os que haviam perecido no dia 11 de setembro de 2001 estavam finalmente vingados e poderiam, em tese, descansarem em paz.
         Toda essa situação merece uma análise profunda de todos nós, num momento em que tentamos construir um mundo melhor, onde não existam ódios, ressentimentos, desavenças de nenhuma natureza e que a paz possa ser construída e definitivamente instalada.
         Não estou de forma nenhuma defendendo o ato terrorista provocado por Bin Laden, apenas lembrando que seu assassinato, ou execução como querem alguns, pode ser igualada ao atentado que ele produziu em 2001 e ceifou milhares de vidas.
         Da mesma forma que condenamos o que foi feito naquele momento, mesmo porque nenhum daqueles que pereceram tinham sido consultados para saber se estavam dispostos a morrer pela ideologia de alguns fanáticos, foram simplesmente eliminados do Plano Terreno chocando a opinião pública mundial que até hoje não consegue entender ou aceitar o que foi feito de forma tão cruel.
         A indignação pelo que aconteceu deveria, no meu entender, estimular ações de informação e defesa que pudessem de alguma forma evitar que tal transtorno viesse a acontecer novamente. Utilizar o princípio da pena de Talião – olho por olho – dente por dente - não foi um caminho adequado, mesmo porque, em qualquer código penal em vigência no mundo atual, existe o princípio de que, diante da falta cometida cabe utilizar na sua extensão a Justiça. O normal seria que ele fosse capturado, julgado e se condenado como tudo indicava, fosse submetido às penas previstas nas leis americanas.
         O espetáculo de sua execução iguala seu desaparecimento ao de milhares de pessoas que estavam no World Trade Center. Um mundo que luta por justiça não pode ficar achando que sob o ponto de vista da autoridade vale tudo.
         Este episódio nos leva a pensar sobre tudo que nos acontece no dia-a-dia, nos ajudando a compreender o papel do ser humano, que é capaz de realizar atos de extrema loucura, embora tenha a capacidade de produzir gestos de extraordinária grandeza, em razão da perspectiva de que está permanentemente em constante evolução.


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