domingo, 18 de dezembro de 2016

Otimismo deve ser praticado

“Não espere que o mundo ofereça algo importante para mudar sua vida... trabalhe, construa e busque a renovação em todos os sentidos. Faça isso incansavelmente”. Aproveite a oportunidade para deixar de lado as angústias, os medos, os remorsos, os ódios, ressentimentos e tantos outros comportamentos danosos à saúde humana. Institua, de forma rápida e decisiva, novos parâmetros de vivência com base no respeito mútuo, amizade, solidariedade e principalmente no Amor sem fronteiras, onde os seres não estarão limitados pelos dogmas ou quaisquer outros sentimentos de menor valor. O tempo é de Mudança... Mãos à obra e Fé nas ações que iniciar, porque elas certamente farão uma grande diferença num horizonte recheado de humanos que desprezam o próximo e estão literalmente preocupados em valorizar seus próprios egos ou de seus “amigos” unicamente. Instale um sorriso franco e expansivo em seu semblante, viva intensamente... se for necessário chore copiosamente, depois, enxugue as lágrimas, e siga em frente. Nada deve ser empecilho ao seu desenvolvimento. Enfim, o ano de 2017 não pode repetir velhos e contumazes refrãos, mais do que nunca é preciso inovar para melhor, acreditando que você pode e deve fazer diferente. Força na pegada e Sucesso

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O papel social das bibliotecas nas periferias

As bibliotecas são reconhecidamente instrumentos de valorização dos cidadãos e das comunidades, notadamente pelas oportunidades que oferecem ao facilitar o acesso à informação de caráter geral e ao conhecimento que poderá abrir portas para muitos seres, alavancando muitas vidas. Sua utilidade vai muito além, principalmente nas periferias das pequenas médias e grandes cidades, porque oferece uma base segura em suas instalações para que crianças, adolescentes, jovens e adultos possam garimpar informações de interesse e ampliar seus horizontes culturais. Sabe-se, que quanto maior for o acervo literário que disponibiliza aos seus consulentes, maiores serão as possibilidades de influenciarem positivamente na vida de muitos cidadãos, abrindo trilhas importantes para que consigam sair de situações complicadas podendo mudar definitivamente suas realidades. Paralelamente às funções primordiais que as bibliotecas propiciam, elas criam oportunidades infindas de fortalecimento das relações humanas, unindo seres que certamente não teriam outra chance de se conhecerem por estarem situados em pontos extremos das escalas sociais. Pelas suas características naturais e pelo papel que representa nas sociedades o instrumento biblioteca deveria fazer parte obrigatoriamente de todo planejamento governamental, em todos os níveis, como forma de mudar cenários, além de reduzir índices de criminalidade e ocorrências de natureza policial. Crianças, adolescentes e jovens abrigados pelas bibliotecas estão menos sujeitos aos riscos oferecidos pelas ruas. Esta teoria, entretanto, não faz parte da lógica de muitos políticos de plantão, que preferem utilizar suas argumentações em outras direções, privilegiando a elaboração e construção de obras gigantescas, às vezes de menor importância, onde sabidamente poderão tirar grandes proveitos. Na prática, esses administradores quando são conduzidos aos cargos administrativos de relevância nas sociedades, nem sempre se lembram de que a maioria dos seus eleitores é constituída de pessoas situadas em faixas que abrigam os menos favorecidos, portanto, aqueles que mais necessitam de intervenções políticas para sobreviverem dignamente. A quase totalidade de bibliotecas instaladas em todo o país tem caraterísticas públicas e fazem parte de sistemas anacrônicos que, geralmente funcionam de forma engessada, onde são raras as linhas de crédito disponíveis para aquisição de livros, revistas e ou publicações, impedindo às vezes o seu funcionamento adequado e ou ampliação de seus atendimentos. Os custos mensais dessas bibliotecas poderiam ser compartilhados com empresas particulares, em programas que pudessem dar isenção de impostos aos contribuintes – uma situação que deveria merecer a atenção dos candidatos que se preparam para concorrer aos cargos políticos nos próximo pleito. As iniciativas particulares de criação e manutenção de bibliotecas nas periferias existem numa proporção muito pequena, mas cumprem uma função social relevante, como o caso da Biblioteca Lydia Frayze, instalada na Vila São Luiz, em Ourinhos, pela Associação Cultural Fazendas Fama: www. famacultural.com.br atendendo uma parcela significativa dos bairros do entorno e que, seguramente, é um porto seguro para crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. Iniciativas dessa natureza deveriam ser copiadas por outros empresários de várias cidades, mesmo porque, investir numa ação desse porte é ajudar na garantia de segurança da sociedade como um todo, além de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Exemplos de superação

Os atletas da Paralímpiada 2016 distribuiram graciosamente otimismo, determinação e superação, demonstrando explicitamente, que não existem ‘coitados’ entre eles e, sim, pessoas determinadas a vencer seus medos e as eventuais incapacidades de que sejam portadoras.

Nesse universo, as ‘deficiências’ se apresentam no nível físico com restrições para locomoção ou visão, no nível mental e intelectual restringindo a capacidade de desenvolvimento em diferentes formatos e situações, fatos que não impedem esses atletas de competirem e conquistarem posições de destaque nas provas em que espontaneamente se submetem.
São pessoas que nasceram com problemas genéticos, sem pernas, braços ou com parte deles comprometidos, amputados por problemas decorrentes na vida, alguns tendo mais que um órgão amputado, outros sofrendo processos contínuos de degeneração física e intelectual que os deixariam permanentemente sob cuidados clínicos e atenções especiais.
Nos semblantes desses atletas especiais invariavelmente observa-se um sorriso, um ar de satisfação por estarem participando de algo que pode redimir suas posturas, demonstrando uma acentuada felicidade pelo que se colocaram para executar e prontos para serem reconhecidos.
Numa situação paralela, encontramos no mundo físico atual centenas de milhares de seres que se escondem atrás dos pequenos problemas que os acometem, recusando a encarar suas provas e expiações, reclamando de tudo e de todos e atribuindo ao Deus que acreditam que talvez não tenha sido justo ao permitir que tenham uma vida ‘limitada e cheia de desafios’.
Muitos desses seres que reclamam diariamente possuem corpo físico perfeito, revelam uma aparência saudável, além de saúde mental e intelectual invejáveis e, no entanto, se apresentam como pessoas dependentes, carentes, sofredoras e questionadoras contumazes de tudo o que podem criticar, com ou sem razão.
Nesse grupo rebelde, por melhores que sejam as condições de vida que levam e as naturais propriedades que são detentores nada está completo e alguém, não se sabe quem, deveria ser responsabilizado por eles não conseguirem alcançar o ideal que imaginaram para suas vidas.
Dentre os atletas paralímpicos, podemos constatar que muitos deles já enfrentaram situações de desprezo, desamparo e abandono, sendo em muitas situações desautorizados a conviverem com seres normais, porque ‘apresentavam’ acentuado grau de dependência, fato para muitos normais considerado inaceitável.
A comparação entre esses dois segmentos é natural e se faz necessária porque evidencia a necessidade das pessoas entenderem qual é de fato o papel que o ser humano pode e deve executar na passagem pelo Planeta Terra.
As capas que vestem, ou seja os corpos que assumem ao aqui chegar, são os instrumentos disponíveis para executar as tarefas necessárias ao desenvolvimento pessoal e intransferível de cada ser.
O modelo que cada um apresenta, segundo a Espiritualidade, está de acordo com a necessidade e possibilidade de crescimento da pessoa que, talvez em momentos perdidos no tempo e no espaço, não tenha se utilizado adequadamente de outros formatos humanos mais completos.
Os resultados conquistados pelos atletas da Paralimpíadas 2016 revelam uma oportunidade sem igual de reflexão de valores, reformulação de conceitos e preconceitos e, certamente, estimula muitos seres normais acomodados a agradeceram a oportunidade de aprenderem algo útil em suas vidas.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Financiamento de campanhas políticas

As Operações realizadas pelo Ministério Público e Polícia Federal com o apoio da Justiça vêm cumprindo uma função social relevante ao denunciar os desmandos cometidos por donos de grandes empresas nacionais e internacionais, mancomunados com setores importantes das administrações públicas municipais, estaduais e federal que, segundo os levantamentos já efetuados, causaram prejuízos enormes ao patrimônio público brasileiro. Nas múltiplas linhas de investigação desenvolvidas por esses órgãos, estão sendo mostradas as enormes quantias ‘doadas’ pelos empresários a políticos de carreira durante campanhas políticas, visando ascensão deles a diversos processos licitatórios realizados por órgãos de várias administrações. Segundo constatação, após esse processo, os eleitos retribuem as doações com intermediações em órgãos vitais dos governos, facilitando a inserção dessas empresas em licitações ‘carimbadas’ que viriam garantir o ‘retorno’ do investimento feito pelos empresários. A população sempre desconfiou desses processos e de relações nem sempre amistosas com empresários, embora não tivesse acesso aos dados que poderiam evidenciar a atuação de pessoas ou grupos favorecendo ou sendo favorecidos. O que ficou evidente é que as interferências ocorrem em vários níveis, desde eleições municipais, passando pelas estaduais e federal. A adoção de mecanismos que proíbem o financiamento de campanhas políticas por pessoas jurídicas – empresas – é um passo que está sendo dado para corrigir distorções que foram perpetuadas ao longo do tempo. Muitos entendem que demorou muito para que essas atitudes preventivas pudessem ser tomadas em benefício da moralidade eleitoral. Além disso, o estabelecimento de teto para gastos em campanhas – dependendo do tipo de eleição – somado à obrigatoriedade de publicar na internet os valores arrecadados pelos candidatos, são providências fundamentais para resgatar a dignidade das campanhas, ao mesmo tempo em que torna mais transparente a atuação dos políticos antes e durante o pleito. O Tribunal Superior Eleitoral, órgão responsável pelas eleições em todo país, através da Resolução nº 23.459, de 15 de dezembro de 2015, baixou instruções que devem ser seguidas nas próximas eleições municipais no final deste ano, determinando que os candidatos que ultrapassarem os limites estabelecidos para o município onde se candidatarem estarão sujeitos às sanções que preveem o reconhecimento do abuso do poder econômico, cassação do diploma para evitar a posse no cargo/função para o qual foi eleito e estará sujeito a pesadíssimas multas. As recentes revelações de interferências diretas de grandes empresários em campanhas políticas brasileiras obriga que os cidadãos estejam atentos a tudo que ocorre durante eleições em todos os níveis. Essa preocupação decorre do fato de que os cidadãos serão sempre os maiores prejudicados quando alguém ultrapassar os limites de sua competência. Tais situações, quando ocorrem, comprometem a qualidade de vida da população e impedem a atualização dos investimentos que podem ser feitos para facilitar ainda mais o bem estar das comunidades. A fiscalização intensa e contínua das ações de políticos – em todos os níveis – deve fazer parte da dinâmica de vida de todos os cidadãos. Pode parecer estranha essa preocupação, mas não é, sobretudo porque toda ação malfeita pelos administradores tendem a repercutir negativamente na sociedade como um todo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Cultura do Estupro

Em muitos momentos da vida no Brasil, estupros e outras agressões sutis marcam a vida de muitas jovens mulheres e deixam feridas permanentes, diante da suprema indignação de muitos seres conscientes de seus papéis e do desprezo de muitas ‘autoridades’, que deveriam agir para prevenir situações com essas características e se calam quando fatos ocorrem porque são incapazes de proteger quem necessita. Os meios de comunicação – notadamente segmentos que sobrevivem de escândalos de diferentes naturezas - relatam com estardalhaço os casos vindos ao grande público. No exercício de suas atividades os profissionais expõem, sem o menor constrangimento, os seres que já foram humilhados de forma suficiente e não gostariam de ser submetidos novamente a outras exposições. No momento em que uma jovem carioca denuncia que tinha sofrido estupro coletivo, os procedimentos de apuração do fato no âmbito policial beiram ao absurdo, dando a impressão de que para ocorrer uma apuração do caso seria necessário que ela pudesse ‘provar’ que tinha sido submetida involuntariamente. Causa estranheza o fato de os policiais destacados para averiguar o caso não terem o devido preparo para lidar com essas situações, causando estragos sem conta ao arrepio das leis existentes. Em algumas dessas oportunidades, são essas mesmas autoridades – geralmente do sexo masculino – que detonam as vítimas com prejulgamentos ao invés de proporcionar atenção, encaminhamento para áreas de atendimento, enfim, providenciar o amparo adequado e necessário. Muitas ‘autoridades’ aproveitam a facilidade que possuem no contato diário com a mídia e desandam a falar uma quantidade enorme de bobagens e preconceitos, sempre em detrimento das vítimas, como se quisessem justificar suas incapacidades em gerir ou exercitar políticas de segurança públicas tão importantes para todos os cidadãos. Os agressores parecem ganhar vida e consistência quando resolvem divulgar nos meios sociais seus desatinos e se sentem fortalecidos porque a legislação é deficiente, principalmente porque os nobres parlamentares brasileiros não encontram tempo para discutir e votar mecanismos mais eficientes de proteção às mulheres e todos os cidadãos. Nos últimos dias, em razão da repercussão da agressão sofrida pela jovem e escancarada nas mídias sociais, suas excelências resolveram tomar uma atitude e estão revendo algumas leis, tornando mais duras e abrangentes para punir os agressores. Os infratores sentem-se estimulados a continuarem suas ações, aproveitando para manifestar suas concepções machistas de que elas – as mulheres - seriam responsáveis pelos acontecimentos e não vítimas, baseados em suposições e análises que eles mesmos criam e divulgam. A verdade revela muitas mulheres sofrendo com diversas formas de estupro, às vezes praticados por seus próprios companheiros em seus lares. A maioria dos casos sequer chega ao conhecimento do grande público, por receio ou medo das vítimas em relatar o ocorrido e continuar sofrendo outras agressões. As políticas públicas que deveriam proporcionar proteção ainda são tímidas, e só aparecem para a população quando um fato horrível começa a incomodar e as perguntas começam a ser feitas sobre a utilidade de tantos órgãos criados e mantidos para satisfazer vontades políticas nem sempre claras, transparentes. A proteção das cidadãs brasileiras deveria ser um tema constante nas discussões de segurança e bem estar social.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças

O dia 18 de maio lembrou as ações de combate ao abuso e exploração sexual de crianças no Brasil, alertando sobre a necessidade de os pais e familiares ficarem atentos aos sinais de exposição desse segmento, nem sempre visíveis e muitas vezes camuflados por muitas pessoas próximas a elas. As estatísticas policiais vêm registrando um acréscimo considerável de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes, apresentando um dado cruel: muitos passaram a se submeter a sevícias e exploração sexual por imposição de seus familiares e, em muitos casos com o acompanhamento e supervisão deles. Nos muitos casos registrados, é comum um dos cônjuges literalmente ignorar os possíveis sinais de abuso ou exploração de seus filhos, sob a alegação de terem que manter seus casamentos ou relações a qualquer custo, principalmente quando o abusador ou facilitador desse inconveniente é o companheiro dentro do próprio lar. Os estragos provocados nessa criança abusada sexualmente acabam comprometendo seu desenvolvimento físico mental e intelectual, além de torna-las arredias ao contato com outras pessoas do seu convívio e, em centenas de casos, ser tornam pessoas extremamente agressivas e revoltadas. Outra característica que essas crianças acabam desenvolvendo é de não conseguir se relacionar com seus companheiros de turma e, como consequência, apresentam um desempenho escolar péssimo. Muitas vezes o comportamento pessoal, antes considerado normal, se modifica radicalmente, passando a ser de rebeldia e confronto, aparentemente sem razão, colocando em risco o aprendizado como um todo. Nos casos catalogados de abusos sexuais contra crianças e adolescentes observa-se a participação abominável de pais e avós biológicos, por mais absurdo que possa parecer. Entretanto, na maioria dos casos constatados, são os padrastos, tios, irmãos maiores, primos e outros agregados familiares os praticantes de abusos. Normalmente eles exercem um poder sobre as crianças e utilizam essa condição para submetê-las a condições deploráveis. O acentuado grau de submissão a que são expostas interfere pontualmente no comportamento futuro dessas crianças, que tendem a ficar caladas, sem reagir aos incômodos e como ‘defesa’ criam uma ‘capa protetora’ onde não comentam com ninguém nem pedem ajuda de nenhuma forma, tornando difícil entender o que se passa e eventualmente ajudar. Os casos mais graves dizem respeito à negligência e desleixo de muitos pais que, sob a argumentação de que trabalham e não podem cuidar melhor de seus filhos, deixam-nos à sua própria sorte. São inúmeras as situações de crianças e adolescentes se prostituindo durante o dia, ao invés de estarem em escolas que foram preparadas para ajudar em suas formações, comprometendo a saúde deles e colocando em cheque as possibilidades de crescerem e se desenvolverem dentro dos padrões estabelecidos. O maior alerta a ser dado aos pais é que eles não se descuidem de seus filhos, nunca. Conversem sistematicamente com eles, ouçam suas dúvidas, seus questionamentos. Sejam seus amigos permanentemente e não abram mão de exercer o pátrio poder que detém. No caso de observarem alguma coisa anormal no comportamento e atitude de seus filhos procurem ajuda imediatamente. O Conselho Tutelar de sua área é um órgão importante nesse trabalho, assim como a Promotoria e Juizado da Infância e Juventude de sua região.

domingo, 15 de maio de 2016

Tota

A personagem nasceu Maria das Dores e poucos são capazes de lembrar as razões que levaram a chama-la de Tota. Sua característica principal era contar piadas de todos os gêneros, picantes ou não, sempre com a preocupação de respeitar a idade e o perfil dos eventuais ouvintes. Era uma pessoa simples, bem humorada e fazia da sua vida uma graça sem fim. Muitas vezes, ria das suas próprias atuações e divertia muita gente contando, com acentuado desprendimento, seus desacertos no dia a dia. Com o passar do tempo virou um ícone na cidade onde nasceu: Fartura. Não tinha ninguém que não tivesse ouvido falar de suas histórias e se deliciado com as sempre renovadas piadas contadas por ela cheias de acentuado humor. Quando saia às ruas por alguma necessidade, parecia um tronco num rio..., era difícil voltar logo para casa em razão dos inúmeros encontros com seus vizinhos, amigos e admiradores, prontos para ouvirem suas sábias palavras, além de novas piadas e rirem gostosamente. Era uma forma original de aliviar as tensões e ajudar as pessoas a esquecerem das atribulações diárias que teimavam em atormentá-las. Sua postura incomum criava adeptos por onde passava e espargia otimismo em múltiplas direções. Para muitos, parecia que ela nunca tinha problemas ou que passavam longe dela, mesmo porque não demonstrava e, se existissem, em nenhum momento deixava a peteca cair e adaptava logo uma piada para espantar a tristeza em nome da alegria. Embora contar piadas e se divertir com elas fossem características principais levava a sério muitas coisas importantes e nunca abandonou sua fé de ser instrumento para ajudar seus semelhantes, assim como fizeram seus ancestrais. Religiosa por excelência, nunca deixava de venerar os santos de sua devoção, além de procurar, sempre, estar sintonizada com as bênçãos do Alto, disponibilizando sua Força Energética para transformar em oportunidades de cura as aflições de tantos seres humanos que a procuraram em momentos de angústia e desespero, na certeza de que podia compartilhar outros momentos mais felizes. Cumpria o seu papel com humildade e desprendimento e nunca deixava de amparar quem buscasse estradas mais seguras para caminhar nessa jornada terrena. Quantos não mudaram seus rumos e experimentaram momentos mais agradáveis seguindo suas indicações. Nos inúmeros relatos vivenciados intensamente, quantos não encontraram respostas às suas inquietações no contato com ela ou mesmo puderam refletir intensamente sobre as bobagens que teimavam em praticar e dar importância antes de ouvir suas sábias palavras. Como todo ser humano que transita pelo Plano Terreno foi amada por muitos e nem tanto por outros, mas suas características principais devem ser lembradas e servirem de exemplo para quem não acredita muito em si mesmo e vive reclamando ao Deus que escolheu como inspiração pelo abandono hipotético a que estaria sendo submetido. Possuidora de enormes talentos e com os predicados excepcionais que demonstrou enquanto transitou por aqui, o Criador a chamou de volta para fazer parte do seu time e compor um grupo especialmente selecionado para atender à crescente chegada de seres mal humorados que estão retornando às suas origens. Antes de partir, contou inúmeras piadas para sedimentar o caminho de volta...

quarta-feira, 23 de março de 2016

Cultura de Paz

Apesar dos milênios vividos pelas civilizações, o ser humano ainda não está devidamente preparado para construir e solidificar uma Cultura de Paz nos ambientes onde se encontra. Ainda falta muito para que possa entender e ou modificar os significados de atuações individuais e coletivas. Fatos observados no dia a dia mostram claramente que esse mesmo ser humano trabalha incessantemente para fazer valer suas ideias e ideais de todas as formas. Coloca-se num primeiro plano disposto a suprimir qualquer tentativa contrária aos seus propósitos e, sempre que pode, detona todos os seus opositores sem o menor constrangimento ou culpa. Na maior parte do tempo, não tem a preocupação de ser instrumento do progresso, só se esse estágio estiver diretamente relacionado com ele e seus interesses particulares. Além disso, na maioria das vezes, não dá o menor valor para outras iniciativas que não as próprias e está sempre preocupado em estabelecer ganhos imensos para suas próprias teorias e necessidades. No fundo, esse ser humano vive ainda num estágio de subdesenvolvimento crítico, incapaz de agir em sintonia com os anseios da maioria e preocupado substancialmente com o seu próprio umbigo. Lamentavelmente, esses propósitos e dinâmicas são passados de geração a geração, comprometendo qualquer gesto positivo de alternância, tornando impossível outros comportamentos mais adequados. Apesar da inconstância dos atos de muitos seres, alguns notáveis que passaram por este mundo tiveram comportamentos diferentes, pregando a paz e morrendo na defesa intransigente de seus propósitos. Mahatma Gandhi foi um desses notáveis e tinha uma posição clara quanto à forma de contribuir para a paz ao afirmar: “Se queremos alcançar neste mundo a verdadeira paz e se temos de levar a cabo uma verdadeira guerra contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; e não será necessário lutar se permitirmos que cresçam com a sua inocência natural; não teremos de transmitir resoluções insubstanciais e infrutíferas, mas iremos do amor para o amor e da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo fiquem cobertos por essa paz e por esse amor pelo qual, consciente ou inconscientemente, o mundo inteiro clama.”. Martin Luther King, outro líder que recebeu pela sua atuação destacada o Prêmio Nobel da Paz em 1979, diante das posturas irracionais de seres humanos costumava dizer: “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”. Realçava as desigualdades sociais que separavam em planos distintos ricos e pobres. Não se cansou de inspirar seus irmãos para a prática da não violência defendendo intransigentemente a igualdade racial e a paz entre os povos e nações. No mundo moderno, guardadas as devidas proporções e diante dos significados incomensuráveis deixados por esses dois líderes, seria fundamental que pudéssemos dar nossa contribuição, procurando trabalhar em favor de todos, deixando de lado a tão marcante individualidade, sendo instrumento de pacificação ao oferecer o que de melhor tivermos em favor da sociedade. Sabe-se que as desigualdades acentuadas são geradoras de desconforto e revoltas, além de não contribuir para uma Paz duradoura.

segunda-feira, 21 de março de 2016

O Picadeiro

Quando eu era criança, me deliciava com as histórias inocentes contadas pelos palhaços dos pequenos circos que eram montados na região onde morava. Centenas de seres faziam parte de intermináveis filas disputando o privilégio de ouvir e vê-los em ação, encenando espetáculos que faziam crianças e velhos se divertirem ao máximo. Na forma singela de encarar e ver as situações descritas pelos artistas do picadeiro era possível vislumbrar um mundo diferente, quase mágico, cheio de novidades e fantasias e servia de estímulo para que produzissem histórias mirabolantes em muitas mentes ainda em formação. Certamente preenchiam um espaço ilusório que acalmava e fazia muita gente extraordinariamente feliz. O figurino utilizado era altamente indiscreto, espalhafatoso até, assim como o enorme nariz, sempre vermelho, que ensejava as mais inusitadas brincadeiras para delírio geral. Ninguém era capaz de ficar indiferente às suas provocações e, muitas vezes, faziam coro a todas as manifestações produzidas. As performances se materializavam com um brilhantismo incomum e estavam restritas ao espaço dos circos e nunca poderíamos imaginar que essas atuações fossem invadir outras áreas, inclusive aquelas destinadas a tratar coisas sérias e importantes para a maioria dos cidadãos. Em razão das variações que o mundo costuma apresentar, cresci e pude ver uma modificação radical na figura dos palhaços tradicionais. Deixaram de ser engraçados, ao que parece contaminados com o meio onde passaram a circular e a nova atuação revelou outras faces de abomináveis figuras, nada engraçadas, muito deprimentes. Outro detalhe a destacar é que esse trabalho passou a ser copiado descaradamente em vários segmentos, como se fosse uma concorrência predatória, desleal. Os novos atores, sem a formação necessária e desejável, ao invés de provocar o riso como seria esperado passaram a tripudiar as características dos pasmos cidadãos que, perplexos, não estão podendo se defender, só chorar e lamentar. Os mambembes trapalhões sem farda chegaram para ficar e ocuparam, sem pedir licença, os gabinetes e as galerias de plenários de tantas ordens e passaram a ditar as regras como se a população tivesse que literalmente engolir suas mazelas e a coisa mal feita. O que os diferencia é a ousadia e petulância em se apropriar de instrumentos que não são seus e são capazes de tornar infelizes os cenários e as pessoas que terão que se submeter aos seus inconfessáveis propósitos. Diferentemente dos verdadeiros artistas que tiveram que treinar muito para alcançarem um estágio ideal para atuar nenhum desses novos atores, ao que se tem conhecimento, teve o cuidado de se preparar e, mesmo assim, concorrem para piorar as relações humanas em detrimento da qualidade da vida de todos. A diferença fundamental entre eles é que os habitantes tradicionais do picadeiro foram e continuam sendo desprendidos, despojados de coisas materiais e preservam o compromisso de trabalhar em favor da alegria e da felicidade geral, funções que são difíceis de remunerar a contento. Nas minhas orações, eu peço que alguém tenha coragem suficiente para não permitir que os falsos palhaços continuem atuando indiscriminadamente e que, de fato, o picadeiro venha a ser ocupado por artistas de verdade que só trabalhem na construção do bem.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Os Enjeitados

Nas diversas sociedades instaladas em todo o globo, as pessoas são estimuladas a respeitar integralmente os seres considerados normais e nem sempre conseguem enxergar, ver e tratar adequadamente os outros seres não normais, que não estão nesse patamar porque não preenchem essa regra, são os superdotados e os que têm deficiências infinitas de aprendizado. Em vários cenários, em múltiplos lugares, os que apresentam características acima ou abaixo da normalidade são literalmente isolados e tratados de forma diferenciada, às vezes são punidos pelo desprezo e pouco caso, porque as pessoas ainda não estão devidamente prontas para conviver pacificamente com esses segmentos. Os que não conseguem acompanhar o nível de aprendizado da maioria padecem mais ainda, sofrendo Bullying das mais diferentes formas porque a maioria ao redor não se cansa de caracteriza-los de idiotas, imbecis, burros. Esses procedimentos estão presentes em muitos lugares, principalmente nas escolas de ensino fundamental que deveriam proporcionar educação elementar, além de zelar pela formação adequada de crianças e adolescentes. A rigor, parece que ser um cidadão ou cidadã com características acima ou abaixo da média tende a ser um castigo ou provação, que deve ser paga com inúmeras situações de desconforto, preconceitos e discriminação. É como se a própria sociedade estivesse dizendo: quem mandou você ser diferente? E comum encontrar seres pequeninos que são isolados em escolas, parques e outros mecanismos voltados à educação, porque não existem profissionais devidamente preparados para orienta-los ou inseri-los no contexto. Faltam, também, políticas corretas de inclusão que poderiam detectar situações nesses níveis e corrigi-las prontamente. Muitos deles – os chamados superdotados - revelam possuir graus acentuados e mais elaborados de conhecimento, mostrando que existe uma ou mais realidades que precisam ser conhecidas e consequentemente utilizadas em favor do bem comum. O processo de superdotação vivido pelo ser não está direcionado para um único caminho, ao contrário, revela que existem universos amplos e, acima de tudo, cada ser tem particularidades e potencialidades que precisam de observação acurada e atenção permanente dos educadores. Na outra ponta, os seres que revelam dificuldades em formação elementar sofrem mais ainda, porque quem está se candidatando a educa-los não admite, nunca, que alguém tenha tantos problemas para compreender princípios básicos de aprendizagem. Em muitos momentos, é possível ver os administradores completamente perdidos em suas ações, falta humildade e respeito ao semelhante, porque estão sendo constantemente desafiados e são totalmente incapazes de estabelecer outros parâmetros de entendimento e atuação. Esses profissionais preferem fechar os olhos às realidades a ter que trabalhar intensamente para mudar o quadro à sua frente, deixando de levar em conta que são seres em formação e necessitam de todo o apoio possível para saírem do estágio em que se encontram. Nos cursos e treinamentos implantados para administradores escolares, em vários níveis, faltam muitos instrumentos de compreensão das realidades, notadamente quando se trata do olhar para os diferentes em suas dúvidas, incertezas e inquietações. Se os profissionais que se candidataram a trabalhar em favor desses seres não fizerem realmente a parte que lhes cabem será difícil reverter esse quadro caótico.

domingo, 6 de março de 2016

Sofrimento



O sofrimento pode ser considerado um grande enigma na Terra porque mostra uma faceta não dimensionada na mente da maioria das pessoas e pode significar um retrocesso na qualidade de vida de qualquer cidadão ou cidadã.
Em tese, o sofrimento é um processo que afeta o nível consciente ou inconsciente do ser humano, principalmente quando está prestes a perder algo, ou mesmo diante da instalação de algum tipo de distúrbio físico, mental ou espiritual.
Uma das particularidades do sofrimento é a sensação de impotência total diante das dificuldades que se apresentam. Essa constatação leva o cérebro humano a admitir a anomalia e, em muitos casos, tende a somatizar esse distúrbio no corpo físico, proporcionando casos complexos de angústia e depressão, podendo ocasionar a morte física.
Uma multidão de pessoas no mundo passa por situações como essa e não estão devidamente preparadas para inverter o quadro porque se sentem impotentes, incapazes de reagir, o que é lamentável.
Sob o ponto de vista da Espiritualidade, o sofrimento é uma característica que aproxima o ser do caráter de humanidade, porque permite que ele reveja conceitos e preconceitos e, se entender o recado, torne-se alguém mais humilde, mais próximo de seus semelhantes.
Embora sendo uma experiência necessária e útil, a maioria das pessoas prefere pular essa etapa, acreditando que poderia perfeitamente desenvolver outros aprendizados mais significantes, menos invasivos.
Na verdade, todo ser humano necessita passar por uma fase com essas características para aprender a aceitar e valorizar o mundo que o cerca. Ninguém está confortavelmente livre e acima dessa questão, em nenhum momento.
Na corrente contrária à experiência causada pelo sofrimento encontram-se pessoas que se acostumaram a ter todos os tipos de conforto e regalias, sem dar muita importância ou valor aos seres que o cercam.
As dificuldades mais acentuadas dizem respeito a não querer abrir mão de benefícios conquistados, característica que provoca sofrimentos infindos.  
A notícia de uma doença que atinge um ser humano qualquer pode desencadear esse processo, assim como a perda de bens ou pessoas queridas provocam a instalação de desequilíbrios internos significativos.
A revolta e a não aceitação não ajudam a resolver as questões, ao contrário, agravam ainda mais o quadro. Alguns especialistas afirmam que a melhor maneira de combater um mal e procurar conhecer profundamente suas variações e consequências. A partir dai, fica mais fácil encontrar alternativas para supera-lo.
Em tudo isso, nota-se o despreparo de seres humanos e o total desconhecimento de leis importantes que regem o Universo. O que as pessoas precisam entender para aceitar com mais tranquilidade é que tudo que foi colocado à disposição nesta passagem não lhe pertence. São apenas e tão somente instrumentos para facilitar a caminhada. Se pudesse compreender sob essa ótica reduziria radicalmente os problemas vivenciados.
Apesar do eminente desconforto, falar e pensar sobre sofrimento humano é algo que poderia ajudar a melhorar o mundo em que vivemos, notadamente porque estamos sujeitos a ter que encarar suas variações.
Todos os seres humanos deveriam refletir sobre o tema e suas consequências...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Maquinações políticas

Num mundo com a complexidade que nos cerca alguns procedimentos revelam a trajetória dos eventuais candidatos a políticos, em todos os níveis. Geralmente estão fortemente cercados de apoiadores, pessoas de destaque em diversos negócios, e muitas vezes ocupam funções estratégicas em administrações para seduzir e motivar o público alvo.
Nota-se claramente, que são seres dispostos a encarar enormes desafios, alguns, preocupados com a resolução de questões que não fazem parte dos discursos previamente desenvolvidos por aqueles que já estão no Poder, outros, no entanto, são capazes de disfarçar seus verdadeiros e inconfessáveis objetivos.
Nos projetos elaborados que tentam colocar em prática, articulam seus adeptos para ocuparem todos os espaços possíveis, defendendo intransigentemente interesses que motivem a população. Demonstram nessa tese, que todos os discursos estão devidamente alinhados e que são coerentes com as ideias que pretendem colocar em prática.
Em razão de inúmeras técnicas de convencimento exaustivamente construídas, contratam por valores astronômicos os especialistas em marketing que serão os idealizadores das imagens apropriadas para agradar aos eleitores das diversas camadas da população. Nesse item em particular, quanto maior os valores financeiros disponíveis maiores serão as chances de alcançar e motivar os segmentos afins.
Nos bastidores das campanhas políticas e em razão do porte e dos interesses dos partidos aliados, duelos são travados internamente para definir quem teria mais condições de “puxar” o bloco e, consequentemente, ter a primazia de ocupar as melhores e mais destacadas funções, se obtiverem êxito no projeto.
Quem está de fora não entende, a princípio, porque tantas empresas ou organizações resolvem investir em candidatos potenciais se a rigor não teriam nenhum ganho financeiro. Será?
Tudo mostra que as verdadeiras intenções dos arranjos políticos não podem ser de conhecimento geral, precisam ser preservadas ou restritas a um pequeno número de interessados, custe o que custar.
As lutas internas nas coligações geralmente são sórdidas e, quem tem maior poder de persuasão, consegue estabelecer suas estratégias e se posicionar melhor na condução dos blocos que teoricamente ocupariam os cargos majoritários.
Na parte externa desses conchavos estão os ingênuos e abandonados eleitores, que acreditam nas maquinações feitas porque querem ter a possibilidade de escolher, de fato, pessoas que defendam seus nem sempre respeitados direitos, ou que representem seus interesses nos mais diferentes fóruns. Entretanto, são iludidos por verdadeiros mágicos políticos, senhores das perdidas ilusões.
Os eleitores ainda não perceberam o potencial que os caracteriza e sequer se mobilizam para não sofrerem as manipulações de diferentes ordens a que são vítimas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Saneamento básico deficiente

A maioria das cidades brasileiras sofre terrivelmente com a pouca visão de seus administradores em não dar a importância devida ao saneamento básico, um instrumento fundamental para o crescimento e desenvolvimento delas.
Saneamento básico é a atividade que coordena a captação e distribuição de água potável, a coleta adequada e tratamento de esgoto, o manejo de resíduos sólidos com o efetivo controle de pragas e agentes patogênicos, a limpeza urbana e todas as ações que visem garantir o bem estar e a saúde da população.
Os índices da falta de uma política correta no Brasil registram números altamente preocupantes, que coloca as populações de muitas regiões em situação de altíssimo risco.
Segundo dados do ranking de saneamento do Banco Interamericano do Desenvolvimento, o Brasil em matéria de saneamento básico, ocupa apenas a posição 112 entre 200 países no mundo, muito abaixo de países menos desenvolvidos, o que revela que é preciso mudar totalmente a forma como trata essa questão.
Os governantes, em todos os níveis, parecem não se preocupar muito com planejamento e aplicação adequada de recursos financeiros para evitar algumas situações de desconforto como as observadas nos dias atuais com a proliferação de insetos, doenças variadas, epidemias, pandemias e endemias que causam uma preocupação a mais para os cidadãos.
Apesar da instalação pelo governo federal de programas voltados a corrigir os problemas nessa área, nem sempre as instâncias menores estão preparadas para gerir os recursos, por falta de pessoal especializado ou mesmo utiliza-los de acordo com os projetos apresentados.
Em muitos momentos, essa incapacidade de gerenciamento penaliza as populações mais carentes, isso sem falar nos desvios de recursos que não são utilizados dentro dos parâmetros dos projetos.
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, órgão do Ministério das Cidades do governo federal, registra que mais da metade da população brasileira não tem acesso à coleta de esgoto, convivendo precariamente em razão dos problemas que a falta desse dispositivo acarreta.
Outro órgão do sistema constata que três mil e quinhentas piscinas olímpicas de esgoto são despejadas diariamente sem nenhum tratamento nos mares, rios, lagos e cursos de água dentro e fora do país, comprometendo ainda mais a fauna e flora do seu entorno.
Nessa mesma linha, seis milhões de brasileiros não tem acesso a banheiros com condições mínimas de utilização, o que pode parecer irreal, mas é grande a quantidade de residências que são projetadas e construídas sem banheiros.
O que se pode lamentar em tudo isso é o fato de que cada real investido em saneamento básico proporciona uma economia de quatro reais em saúde pública, que poderiam ser revertidos na qualidade de vida de toda a população.

Alguns analistas no assunto teimam em afirmar que a falta de visão dos governantes provoca uma piora nesse estado de coisas. Entendem que, era preciso um preparo mais adequado para que pudessem executar suas funções. Por outro lado, nos locais onde existem instalações mínimas de saneamento, a população não colabora da forma como deveria, suja deliberadamente os ambientes sem se preocupar com as consequências. Falta, sobretudo, conscientização.

Paciência

Num período de desenvolvimento humano tão complicado como o que atravessamos observamos que é muito difícil manter a tranquilidade, a calma e exercitar solenemente a paciência, uma das maiores e mais significativas virtudes humanas.
Pela falta de pratica de algumas atitudes adequadas, travam-se guerras de diferentes características em múltiplos momentos, onde seres humanos estão se confrontando porque revelam uma pressa enorme em concretizar seus objetivos e ações.   
A pretensa possibilidade de suprir todas as necessidades básicas de uma só vez, assim como a de seus dependentes, colocam esses seres humanos em linhas de conflitos permanentes e insuperáveis, que os diminuem, deixando-os completamente fragilizados.
Dentre os fatores que mais são levados em conta estão à busca incessante pela autonomia financeira nem sempre possível, além da necessidade de demonstrar aos outros que aquele ser teria mais controle sobre suas coisas, o que nem sempre é verdade absoluta. 
Diante dos desafios que se ampliam e renovam a cada dia, exigindo demais dos seres que transitam por aqui, o que se vê constantemente são atitudes reprováveis de pessoas que parecem ter muita pressa, sempre, cobrando dos seus iguais posturas e comportamentos que são incapazes de colocar em prática.
Os maiores problemas que precisam ser contornados estão literalmente dentro de nossas casas. Muitas vezes, perdemos a oportunidade de dar exemplos inomináveis para nossos filhos, sobrinhos e netos porque não consideramos as razões dos outros. Nesse vai e vem de alternâncias, observa-se uma enorme e invariável desagregação familiar.
No trabalho e em tantos lugares que transitamos o comportamento não é diferente. Desejamos ardentemente que os outros tenham paciência e nunca somos capazes de pratica-la.
Quando estamos na direção de um veículo seguindo para locais variados nem sempre temos a coerência necessária para interagir com os outros motoristas. Nunca erramos. Quase sempre, temos razão naquilo que fazemos e não aceitamos, de forma alguma, que alguém nos atravesse o caminho e cometa uma barbeiragem qualquer.
Parece que as pessoas se esqueceram de perceber que são seres errantes, em estágio ainda de desenvolvimento, portanto, sem possuir as reais características para se situar num patamar melhor, acima dos demais.
Em quaisquer ocasiões, somos as pessoas com muita razão naquilo que nos propomos a fazer, contrariando totalmente a realidade.
Faltam em nós a humildade e a virtude da paciência, cujos pressupostos estão fundamentados no verdadeiro controle emocional. Quando isso acontece, qualquer um é capaz de suportar as situações angustiantes provocadas por terceiros, sem perder a concentração e a calma.
De acordo com várias literaturas, a paciência é baseada na tolerância e na assimilação dos erros alheios sem a absorção de danos pessoais.
Todo ser humano que acredita ter recebido educação de qualidade desde a mais tenra idade deveria ser capaz de praticar intensamente a paciência em todos os momentos de sua vida, até em situações-limites.

Como forma de melhorar a qualidade de vida nas sociedades onde nos encontramos seria fundamental que pudéssemos pensar nessa alternativa. Quem sabe, tenhamos a possibilidade de usufruir de seus benefícios num curto espaço de tempo, para felicidade geral. 

Autocorrupção

Nos compêndios literários, a corrupção é uma verdadeira erva daninha que destrói excelentes iniciativas e compromete a segurança de muitas vidas em todo o mundo. O problema instala-se, furtivamente nas administrações e negócios de diferentes naturezas, motiva interesses espúrios e tende a comprometer a qualidade de vida das populações.
Waldo Vieira, um conhecido médico e pesquisador, defendia a tese que o ser humano integral nunca deveria se deixar corromper, porque significaria destruir sua própria integridade e identidade, ser rebaixado moralmente, infectar, macular, deteriorar, tornar-se impuro, características que o deixariam completamente vulnerável, caindo no completo descrédito.
O pesquisador ia mais além quando afirmava que autocorrupção é um processo onde o ser humano trai seus próprios conhecimentos e princípios e, na verdade, não trai somente aqueles que confiaram e acreditaram em seu trabalho, mas principalmente a si mesmo.
Enfatizava, em suas análises, que o ser corrompido não demonstra nenhuma coerência com tudo que aprendeu ao longo de sua existência, notadamente com os pressupostos básicos que deveriam aproxima-lo de seus iguais, como respeito, amizade, cooperação e tantos outros.
Esse mal, entretanto, sempre fez parte de muitas gerações, desde tempos imemoriais, não representando nenhuma novidade para quem quer que seja. O que se verifica é que os tipos de atuação variaram muito e se tornaram sofisticados demais com a evolução das sociedades.
É sabido que as opções por métodos corruptivos em todos os níveis demonstram, claramente, a colocação em prática de procedimentos que pregam levar vantagens sobre tudo, indiscriminadamente, mascarando a preguiça e má vontade do ser em fazer sua parte e receber apenas o que tinha sido combinado.
No momento presente, em praticamente todos os territórios, o que se vê são ações muito articuladas por pequenos, médios e grandes grupos, que não estão dispostos a participar somente de processos comuns, mas sim de estabelecerem fórmulas capazes de facilitarem os resultados em seus próprios benefícios.
Os resultados aparecem nas licitações fraudulentas, nos concursos públicos e ou privados onde alguns conseguem saber, antecipadamente as informações e dicas que podem fazer a diferença e facilitar suas pretensões.
Na mesma direção, esses corruptos não têm a menor preocupação em substituir materiais devidamente classificados por outros de pior qualidade, na execução de obras públicas ou privadas que tendem a não atingir seus reais objetivos.
Enfim, quando se espera que tais hábitos sejam modificados e outros seres assumam com novas posturas, mais éticos, menos suscetíveis ao estado de coisas que ainda impera, percebe-se que há muito por fazer e mudar.
Será preciso ter que destruir uma sociedade inteira para que novos seres estejam mais qualificados para administrar o que faz parte dos seus cenários?
Como é praticamente impossível destruir tudo, será perfeitamente aceitável que os cidadãos repensem suas atitudes e estejam dispostos a construírem uma nova realidade. Trabalhando melhor seus egos e pensando e atuando mais adequadamente em favor da coletividade.
Pode ser que haja tempo suficiente para instalar uma nova consciência nos seres que ainda estão por aqui. Mas será um longo processo, cheio de altos e baixos, porque os seres ainda não compreenderam o sentido humanitário que habita dentro deles.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Aliados

Ao longo do tempo, a origem e o sentido das palavras vêm sendo modificados de acordo com as necessidades e conveniências. Na maioria das vezes para atender situações pontuais que fogem completamente de sua configuração inicial.
Nota-se, claramente, um movimento em sentido contrário para modificar conceitos institucionalmente consagrados em detrimento dos interesses gerais.
Aliados é uma palavra completamente desfigurada no momento no Brasil e em várias partes do mundo, porque deveria definir uma aliança ou união de grupos ou pessoas voltadas para desempenharem ações de interesse comum.
Em sua concepção inicial, aliados seriam pessoas dispostas a desempenhar um papel estrategicamente elaborado e dentro de princípios que poderia significar mudanças na sociedade.
Por melhores que sejam os propósitos, aliar-se a um projeto não significa, necessariamente, que a adesão estaria voltada para o desenvolvimento de causas positivas mesmo porque, existem muitos seres que se aliam à bandidagem ou à prática de causas menos nobres. Outros fatores podem estar em jogo, completamente separados de questões éticas ou humanitárias.
No Brasil, nos últimos anos, o cenário político tem mostrado a face oculta dos aliados, na Câmara e no Senado Federal, nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas e em tantos outros níveis de governo, demonstrando que é preciso reavaliar as alianças ou escolher melhor os parceiros para projetos de interesse geral.
As ações despropositadas desses personagens estão voltadas unicamente para atender suas necessidades. O vale tudo instituído e abominável passa por cima de tantas normas, leis e decretos que deveriam proteger os direitos dos cidadãos.
Na contramão da história, os maiores prejudicados são os seres comuns, que não tem foro privilegiado ou representantes dignos nas áreas competentes e muitas vezes não sabem defender adequadamente seus direitos.
Sem ter o menor pudor ou receio, aliados impõem suas modificadas teses e esfaqueiam pelas costas seus parceiros e as sociedades que representam, muitas vezes para terem algum ganho financeiro extraordinário, no nível pessoal ou do seu grupo, em detrimento das causas que teriam se associado para defender.
Em razão desse tipo de distorção se expandir na coletividade com grande rapidez é possível constatar esses desvios em praticamente todas as áreas da atividade humana, nas administrações, nas empresas, nas entidades, nos negócios e assim por diante.
Passa a impressão de que instalaram de forma propositada vírus nos indivíduos para corroê-los, deixando-os completamente frágeis e à mercê unicamente de seus propósitos. Rapidamente virou uma epidemia que, se não contida a tempo, deverá provocar um grande estrago.
Uma máxima adotada literalmente por todos ao longo do tempo dizia: “O que é combinado não é caro”. De repente, o combinado passou a ser muito caro e não merece ser respeitado, levado em consideração.
O mundo vive um processo permanente de mudanças e as populações poderiam esperar por atitudes e comportamentos melhores de seus membros, principalmente daqueles que experimentam posições de comando em vários níveis. A realidade vivida nem sempre corresponde às expectativas da população.
O assunto não pode nem deve ficar restrito a alguns seres é necessário que todos se posicionem e lutem para mudar esse quadro.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A Mentira é uma praga



Nos registros literários, a mentira é um gesto que contraria a verdade, sendo caracterizada como uma omissão, sinônimo de engano deliberado, trapaça, fraude, ilusão, ficção e tantos outros adjetivos de menor qualificação.
Na teoria, alguém apontado como mentiroso é considerado um ser amoral, sem consciência e, portanto, desprezível em quaisquer sociedades que, a rigor, não toleraria atitudes com essas características.
Na prática, contrariando a tudo que se poderia imaginar, a mentira tem sido parte integrante e contumaz dos discursos políticos, notadamente em épocas eleitorais, fundamentando ações mentalmente criadas para enganar o povo e, mais recentemente, objeto dos depoimentos de diversas autoridades, em vários níveis, que foram pegos cometendo algum tipo de desvio de conduta.
Muitos deles não tiveram o menor constrangimento ao montarem verdadeiras obras de artes para explicar nos tribunais o aumento indiscriminado e sem justificativa de seus bens ou outras atitudes danosas ao patrimônio público.
Outros seres, entretanto, para justificar vários atos infames, tiveram a capacidade de criar de forma tão fantástica suas argumentações mentirosas que passaram a acreditar em seu conteúdo indefinidamente.
Na verdade, o ser humano continua sendo educado para criar e disseminar algumas mentiras do bem, supostamente àquelas que não provocariam nenhum tipo de dano ou constrangimento a quem quer que seja.
O grande problema é que uma maioria acaba se acostumando com esse estado de coisas e resolve por si só não abrir mão desse dispositivo ao longo de suas vidas. Ao contrário, sofisticam seus conteúdos a tal ponto que passam a impressão de que sejam verdades e não tem o menor constrangimento em exercitar suas mentiras para desespero de muita gente.
Na qualificação psicológica sobre os tipos de mentiras utilizadas frequentemente pelas pessoas temos pelo menos quatro tipos: o mentiroso eventual, que como o próprio nome remete tende a ser aquela pessoa que utiliza esse mecanismo inocentemente para se safar, revelando medo de confrontar a realidade.
O mentiroso frequente, muito diferente do tipo eventual, que não perde tempo para analisar e fundamentar seus argumentos. Está sempre mentindo e já sabe como convencer. Sua experiência verbal e ações, no entanto, contradizem suas expressões corporais.
O mentiroso natural, no entanto, não consegue diferenciar verdades de mentiras. Tende a cair em constantes contradições e é capaz de corrigir suas atitudes com argumentos extremamente elaborados, sofisticados demais.
Já as características do mentiroso profissional demonstram que a pessoa foi treinada e mente para conseguir um objetivo específico. Estuda minuciosamente os argumentos das partes interessadas e sabe o que dizer. Desenvolve formas variadas de atuação para dominar sua linguagem corporal e passar a imagem mais adequada aos seus objetivos. Alguns se dedicam à prática de atividades ilegais como golpista.
Todos esses tipos são encontrados nas sociedades em maior ou menor proporção provocando estragos imensos. Estudos sobre comportamento humano demonstram que ninguém está isento de mentiras ao longo de suas vidas.
O grande problema observado é que muitos assumem essas características e passam a moldar suas vidas de acordo com esses princípios. Ações dessa natureza acabam desvirtuando os seres dos seus verdadeiros compromissos, ou seja, contribuir efetivamente para que as sociedades sejam mais organizadas e tratem seus cidadãos com mais igualdade e respeito.