quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Caráter

Todo ser humano carrega em seu interior – DNA - características particulares que vão sendo amoldadas com a passar do tempo, de acordo com suas vivências e, principalmente, em função dos aprendizados que tem a oportunidade de experimentar.
No desenvolvimento da personalidade dos humanos, os traços psicológicos positivos ou negativos tendem a definir indelevelmente a configuração do ser, formando o que é conhecido como caráter.
Transitando pelo Planeta Terra, ainda considerado um plano em estágio de provas e expiações, muitos imaginam ter que conviver com seres que já deveriam estar numa condição mais elevada de evolução, no entanto, observa-se que ainda há muito a apreender para que seja possível confiar integralmente nas atitudes dos semelhantes ao redor.
Neste contexto, a formação do caráter das pessoas, desde a infância, nem sempre é objeto da preocupação de pais ou responsáveis, porque demanda dispender um tempo considerável para verificar se as orientações dadas estão sendo seguidas e se eventualmente estiverem ocorrendo desvios de personalidade, utilizar firmemente a condição de orientador para tentar modificar o cenário, em favor do bem estar da comunidade.
Um ser com comportamentos inadequados ou sem caráter tende a provocar as situações mais constrangedoras possíveis, sem o menor pudor, notadamente pela perda do sentimento de respeito pelas regras de convivência estabelecidas e que servem para balizar as relações nas suas diversas formas.
As sociedades estão literalmente recheadas de indivíduos portadores da falta de caráter. Estão presentes em grande número nas instituições religiosas e filantrópicas achacando os fieis para que abram mão de seus parcos ganhos financeiros em favor de um Deus que defendem de forma intransigente, como se o Criador necessitasse de dinheiro ou bens para movimentar qualquer ação em seu nome.
Outros indivíduos sem caráter lotam as galerias das assembleias que deveriam legislar em favor da população, afinal foram criadas para esse fim e, ao contrário, esses infiéis são rápidos no gatilho quando se trata de aprovar projetos de interesses próprios ou de correligionários, numa verdadeira e abominável ação entre amigos que pouca gente questiona.
Centenas de outros convencem os pobres coitados cidadãos que seus objetivos nas eleições estão amparados, principalmente, em reparar diferenças históricas havidas ao longo do tempo, para nivelar diversos segmentos e restabelecer uma paridade que nunca será possível existir.
O que causa maior estranheza nesse processo é o fato de que os sem caráter se multiplicam em todas as direções em velocidade geométrica, como uma praga daninha que não encontrou resistência e nem antídoto para conter seu ímpeto.
Em razão dessa característica, seres com absoluta falta de caráter reinam absolutos em tantos lugares e posições de mando, realizando e sedimentando conchavos com seus pares, ditando suas regras anacrônicas e extremamente danosas à maioria da população, para desespero daqueles que ainda não se sentem em condições de lutar para reverter esse quadro.

A mudança desse estado de coisas tem que ser radical, não é possível aceitar nada diferente dessa interpretação, mas a população tem que desempenhar seu papel crítico e fazer o que deve ser de direito para acabar com esses inconsequentes. 

terça-feira, 21 de julho de 2015

Excelência em Conhecimento

A imprensa no Brasil tem uma preocupação essencial e cruel ao dar destaque acentuado aos crimes de diferentes naturezas que ocorrem em várias cidades, à corrupção deslavada que permeia empresas e órgãos públicos, obras superfaturadas, desvios de comportamento de políticos e de pessoas com notoriedade, ao invés de destacar fatos relevantes que poderiam dar uma nova panorâmica à vida nacional, além de deixar exemplos capazes de ser imitados.
Como a preocupação dos órgãos divulgadores caminha sempre em outra direção, pouco destaque vem sendo dado ao esforço de um grupo de jovens alunos oriundos de escolas públicas brasileiras, quando receberam em solenidade pomposa no Rio de Janeiro, medalhas de ouro, prata e bronze pelo esforço dedicado na 11ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, construindo e sedimentando novos parâmetros de cidadania.
Alguns veículos de divulgação sequer se preocuparam em divulgar uma nota, por menor que fosse, para mostrar que a população pode viver também do orgulho de uma geração que está apreendendo a andar com suas próprias pernas, candidatando-se à autonomia para conquistar posições cada vez mais altas na escala de valores do país, ampliando o contraste com um grupo imenso de aproveitadores que se mantêm confortavelmente instalados em tantos lugares, inclusive nos diferentes poderes.
Nessa batalha para conquistar espaço, foram centenas de Josés, Marias e tantos outros que passaram a vida estudando em escolas públicas, sofrendo pela falta de condições apropriadas de ensino em suas cidades, invariavelmente se submetendo ao desconforto de andar horas a pé, de ônibus ou outros meios de transporte nem sempre adequados, para chegar às escolas, sem ter muitas vezes uma alimentação correspondente às suas necessidades, notadamente por terem vindo de famílias com pais analfabetos ou com baixíssima formação, cujos salários são aviltantes e nem sempre podem oferecer o básico para que seus filhos sobrevivam com dignidade.
Desafiando todos os prognósticos e driblando os problemas que aparecem cotidianamente, eles estão fazendo bonito ao serem laureados por mérito, pelo esforço em aprender e dominar uma ciência capaz de impulsionar suas carreiras, proporcionando, com certeza, melhores dias.
A alegria momentânea desses verdadeiros heróis poderia perfeitamente ser complementada com a criação de programas de aprendizado capazes de oferecer mais bolsas de iniciação científica que as oferecidas atualmente, além de proporcionar estágios remunerados em empresas ou instituições para estimularem ainda mais suas capacidades de percepção e compreensão do universo matemático.
Qualquer investimento a ser feito por órgãos ou entidades afins, independentemente dos valores aplicados, poderá ser recuperado em curtíssimo prazo pela excelência e habilidade dos talentos e pela excepcional capacidade demonstrada por esses jovens durante as fases do certame.
O que se espera, sempre, é que outros setores da ciência tenham a mesma iniciativa e ofereçam condições similares de investimento na captação e formação de novos valores, sobretudo ao abrir outras possibilidades para aprendizado e desenvolvimento deles.
A iniciativa, no entanto, pela característica e alcance social embutido, não deve partir unicamente de setores organizados na sociedade brasileira, mas abranger todas as formas possíveis, inclusive com o apoio irrestrito e importante de administrações públicas em todos os níveis.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

AMAR, SINÔNIMO DE LUTA E VIDA

Em meio aos desencantos humanos, muita gente parece desistir de tentar de novo, de experimentar novas emoções, por acreditar que já tenha vivido tudo e não ter condições de encarar novos desafios, puro engano.
Viver é estar permanentemente em contato com o vir a ser, dormir, acordar, acreditar são momentos que se alternam de acordo com a disposição que temos para ultrapassar os nossos limites, que ainda não são tão amplos como gostaríamos.
Amar é fundamental, mas tem que ser um exercício no qual encontramos a cada dia um sentido novo, superando às nossas expectativas e buscando compreender o horizonte onde estamos situados.
Para exercitar o Amor em sua extensão é preciso que tenhamos coragem e competência de amar-nos integralmente, ninguém consegue estender este benefício em nenhuma direção se não tiver experimentado a emoção de estar de bem consigo mesmo, um estado de espírito fundamental para que as coisas tenham um rumo adequado em direção à tão propalada felicidade.
Infelizmente, olhamos ao nosso redor e nem sempre encontramos sedimentadas as bases para atingirmos um estágio melhor de elevação espiritual e até físico.
Ao longo do caminho, nos perdemos em divagações próprias de seres neófitos, que nada sabem, faltando coragem para modificar nossas atitudes e superar os desafios. 
Um recado maior que deve ser dado àqueles que estão patinando na vida, sem razão, sem vontade. Acorde, lá fora os passarinhos continuam fazendo o seu papel, o Sol que te aquece dará lugar à Luz da Lua porque tudo obedece a uma sincronia que sequer damos conta.
Abra o seu coração e amplie os espaços ao redor do seu particular universo e se credencie a ser muito Feliz. 


terça-feira, 14 de julho de 2015

Energia Solar

O Brasil vive às voltas com problemas crônicos na geração de energia elétrica, principalmente nesse momento, quando a maioria das hidrelétricas sofre com a redução do fluxo de águas para a geração de energia devido à inconstância das chuvas, e o governo se vê obrigado a utilizar outras fontes como as produzidas por termelétricas, muito mais caras e extremamente poluidoras.
Outro fator negativo nessa área tem sido a utilização sistemática na construção de hidrelétricas de portes gigantescos, em várias partes do país, produzindo obras faraônicas que propiciam danos incomensuráveis ao meio ambiente por um lado e por outro o descontrole financeiro capaz de gerar corrupção nos órgãos implementadores, aumentando os custos e penalizando a população pela demora na execução das obras.
A situação fica mais complicada quando os departamentos gestores responsáveis  não conseguem ter um controle efetivo das redes de geração, transmissão e distribuição, muitas em condições precárias e, mesmo assim, credenciadas para continuarem prestando serviços em detrimento das necessidades dos cidadãos.
Tais absurdos são mantidos por força de contratos assinados pelas autoridades por longos períodos e o coitado do consumidor, a todo momento, toma sustos imensos com o aumento excessivo dos custos da utilização dessa energia, cujo procedimento é simples: o governo autoriza o reajuste e quem utiliza paga ou fica sem.
Na direção de alterar esse quadro, a utilização de energia solar poderia ser um diferencial e mudar completamente esse cenário tenebroso que a população vem assistindo nos últimos tempos.
O uso dessa energia poderia ser feito através da criação de redes de distribuição nos municípios, com programas de barateamento dos custos e a possibilidade de financiamento a juros mais baixos, capazes de incentivar as pessoas a aderirem ao sistema.
A energia solar é considerada limpa, não poluidora, além de não necessitar para sua instalação e uso de grandes equipamentos, ou seja, descartaria a intervenção e o aproveitamento por segmentos que hoje manipulam contratos para terem benefícios espúrios, ao arrepio e dano dos consumidores.
O maior ganho possível é que o Brasil tem energia solar sobrando e praticamente à disposição da população o ano inteiro, diferentemente de países como Alemanha, Chile, Finlândia e outros que, mesmo assim, utilizam-na frequentemente, porque se preocuparam em criar mecanismos eficientes de captação de energia solar, armazenamento e distribuição para utilização geral.
Falta ao governo brasileiro uma visão mais adequada e proativa para ser capaz de criar projetos de extensão, barateamento e popularização do uso desse tipo de energia. A criação de programas poderia ser acompanhada, devidamente, de linhas de financiamento público e privado disponíveis para quaisquer cidadãos.
Um dos fatores mais importantes é aproveitar a capacidade de conhecimento desenvolvida por profissionais do ramo, instalada nas faculdades e universidades do país, envolvendo todos eles, principalmente àqueles que já alcançaram notório saber no tema e podem contribuir efetivamente para a iniciativa atingir seus objetivos.
Outra questão relevante é interligar as redes criadas nas residências, empresas ou comércios nas redes públicas de energia, de tal forma, que seja possível distribuir/repassar o excedente de energia armazenado durante o dia nos momentos em que não tiver sol. Não esquecendo que o excedente não utilizado individualmente merece crédito para utilização posterior de quem produziu.

A coragem e a competência políticas determinarão o sucesso de empreendimentos que poderão fazer a diferença na vida da população.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Abominável Ódio Racial

Apesar do excepcional desenvolvimento científico e tecnológico alcançado em diferentes pontos do Planeta Terra, inclusive no Brasil, os seres humanos não evoluíram moralmente de forma proporcional, criando com isso, algumas situações de constrangimento que expõe as fragilidades das relações humanas, notadamente na direção da convivência pacífica entre as diferentes etnias do complexo país em que vivemos.
Historicamente, os negros e seus descendentes trabalharam graciosamente na construção desta nação, vertendo sangue, suor e lágrimas. Foram submetidos a processos abomináveis de servidão e nem sempre receberam o reconhecimento pela contribuição inominável que deram à solidificação da identidade nacional, que é plural, processo nada diferente do que ocorre no resto do mundo.
O recente caso vivenciado pela jornalista negra Maria Júlia Coutinho, da rede globo de televisão, soma-se a situações vividas por Mandela, líder da África do Sul, Martin Luther King, pastor americano e centenas de milhares de casos de igual teor que sequer chegaram à mídia, porque as pessoas achincalhadas pela ação danosa de alguns seres não tinham visibilidade pública, tampouco quem os defendesse de forma pontual e exigisse reparação adequada e justa.
Diante de situações desse nível, é fundamental que a sociedade se mobilize e tome partido, exigindo das autoridades competentes ações que possam responsabilizar e punir quem comete tais atrocidades, com o objetivo de servir de exemplo, inibindo outras eventuais ações e dando um recado claro à sociedade na defesa de direitos fundamentais que não podem ser desrespeitados impunemente.
Infelizmente, pelo conteúdo racista instituído e com marcas profundas em nosso meio, muitos ignoram a evolução pessoal de negros ou membros de outras etnias que sempre estiveram à margem da sociedade, classificando como se eles fossem originários de sub-raças, ainda vivendo em fases pré-históricas, sendo incapazes de evoluir e alcançar patamares elevados de desenvolvimento e crescimento em todos os sentidos. Literalmente, não é a cor da pele ou o formato dos olhos que definem supremacia sobre os demais seres.
Na linha da discriminação aleatória, são os mesmos que tradicionalmente fazem questão absoluta de criticar negros e afrodescendentes ou diminui-los abertamente sem piedade, utilizando para essa ação canais de mídia, notadamente quando não concordam com a projeção de membros desses segmentos, ainda mais quando passam a ser vistos, admirados ou copiados pelo grande público.
Esquecem esses críticos, que esses segmentos conseguiram sair do anonimato modificando seus cenários de vida, lutando geralmente sozinhos contra tudo e todos e acabaram se destacando graças à competência adquirida no embate, com esforço, merecimento e muita determinação.
Eventuais diferenças poderiam ser consideradas normais e deveriam ser vistas como próprias da convivência entre raças, no entanto, a atuação destacada de um ou outro ser deveria nos proporcionar uma alegria incomum, sendo motivo de comemoração, afinal, numa sociedade tão competitiva como a nossa, é preciso valorizar como nunca o esforço de alguns em sair do lugar comum.
O ódio racial é uma praga ainda espalhada em múltiplos lugares, desmerecendo seres habitualmente lutadores e dignos do nosso respeito incondicional.

Lutar contra os sintomas desse mal deve fazer parte da vida de todos os cidadãos que amam sua pátria e acreditam que a diversidade nela presente seja um dos fatores mais enriquecedores. Não permita, nunca, que alguns poucos sejam instrumentos da descaracterização de uma nação que honrosamente fazemos parte.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Desrespeito à Saúde do Cidadão

Em pleno século vinte e um, os cidadãos com menor poder aquisitivo que habitam as cidades brasileiras sofrem terrivelmente com os serviços médicos oferecidos pelas redes de atendimento públicas que, na sua maioria, não dispõem de sistema efetivo de controle de eficiência na prestação dos serviços ou gestão.
Invariavelmente, as pessoas são obrigadas a chegarem de madrugada para pleitearem atendimento no clínico geral ou em qualquer outra especialidade. O que é pior em tudo isso diz respeito ao pobre cidadão que tem de aguentar horas intermináveis nos corredores das unidades, aguardando pacientemente por um simples atendimento. Passou da hora de as autoridades dos municípios institucionalizarem um atendimento humanizado, com marcação prévia por telefone ou internet, facilitando a vida de quem tem muito pouco e necessita de uma atenção maior para se sentir mais confortável.
Na maioria dos casos constatados, o Doutor, de qualquer especialidade, que deveria estar trabalhando num determinado horário, afinal ele recebe pela quantidade de horas que foi previamente estabelecida, chega horas depois do horário fixado e, com a maior cara de pau do mundo, atropela os pacientes pelos corredores, sem cumprimenta-los depois, com uma pressa digna dos seres ocupadíssimos, iniciam seu trabalho de uma forma estranha e absurda.
Com uma má vontade fora do comum, chama o cidadão ou cidadã pelo nome sem sequer esboçar ”bom dia” ou “boa tarde” e, em rápidos instantes, sem tocar no paciente, preenche guias médicas e envia para outros serviços que, certamente, demandam mais perda de tempo e esperas intermináveis.
Dando a impressão que estão tratando de gado e não de seres humanos, atendem os pacientes com as portas do consultório escancaradas, permitindo, conscientemente, uma exposição inadequada e sofrível de pessoas humildes que sequer esboçam reação. Todos os que estão na fila ficam sabendo, ao vivo e em cores, os problemas íntimos vivenciados por aqueles que passaram por atendimento antes dele, fato que contraria os mais rudimentares protocolos de atendimento em saúde pública.
Em razão de chegarem mais tarde ao local de exercício clínico e, diante da quantidade estabelecida de pacientes para atendimento no dia, em alguns locais cerca de 20 a 25 e cinco usuários, zelosos profissionais tendem a agilizar o atendimento e são capazes de dar conta desse conteúdo em cerca de duas horas, ou seja, não existe diagnóstico adequado e mínimo que possa ser executado num curto espaço de tempo.
Nas sociedades, são unânimes as reclamações pelos descasos cometidos em atendimentos em saúde nos postos das redes públicas. O que se pode notar é que existem muitos encarregados e chefes nesses serviços que não sabem por que estão lá e o que fazer, principalmente em razão da falta de treinamento específico e preparo para lidar com situações decorrentes da natureza do serviço prestado.
Num nível mais alto, as autoridades responsáveis pelos atendimentos sequer sabem o que está ocorrendo porque não são capazes de tirar o traseiro de suas confortáveis cadeiras ou mesmo deixar seus gabinetes refrigerados para verificar o tipo de atendimento que a população está recebendo, fato que contraria os discursos exaustivamente explanados durante as campanhas eleitorais que precederam a instalação no Poder.

Não estaria na hora de começar a rever alguns procedimentos e, quem sabe, com muita humildade e bom senso, reformular os atendimentos em saúde pública com melhor qualidade e excelência?

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Intervalo de Tempo


Amanhã será, com certeza, a data que programamos para mudar nossos hábitos, nossos vícios...

E é inquestionavelmente o momento em que imaginamos mágico, sem referência na nossa história de vida.
Mas será que teremos coragem de instituir um novo paradigma em nossas vidas, destruindo nossos pré-conceitos, raízes tão arraigadas em nossas mentes e corações?
O tempo dirá e nos mostrará qual é o verdadeiro sentido da nossa passagem por este Plano Terrestre.
Caminhemos, mas despojados da imensa quantidade de bens materiais que amontoamos em nossas lembranças e entulhamos nos nossos destinos.
O tempo que se apresenta aos nossos olhos é outro, bem diferente do atual em que estamos e tem a característica de Espiritualidade que jamais ousamos tentar conhecer ou viver.
Mas nunca é tarde para revermos os nossos conceitos e procurarmos caminhar numa direção mais segura, tranquila, muito próxima do que planejou o Criador.
É preciso abrir nossas mentes ao Novo e abraçar causas que nunca tivemos a coragem de introduzir em nossas passagens.
Olhemos ao redor e será fácil percebermos que há muita coisa para ser feita e que necessita da nossa atuação.
Ao invés de reclamarmos sobre o que não foi feito por esse ou aquele, que tenhamos a competência de iniciarmos um novo processo de integração na Sociedade onde estamos inseridos, participando, doando, compartilhando.
Sem que lhe peçam, estenda suas mãos para aqueles que caminham, desordenadamente e sem rumo.
Tampouco espere o agradecimento ou reconhecimento daqueles que tiver a ousadia de ajudar.
Pense, como o Mestre em sua Jornada Terrena, dê exemplos de vida e não se importe se o seu recado não for entendido corretamente. Faça simplesmente a sua parte.
A Qualidade de Vida que tanto buscamos está na igualdade de oportunidades que podem ser compartilhadas e é, sem dúvida, uma meta a ser alcançada não sabemos se nesta Encarnação, ainda.
Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai e para habitar uma delas é preciso que tenhamos feito algo para Merecer esta Oportunidade incomum.
Mas não será através da Ostentação tampouco do desperdício de Ações que alcançaremos este patamar de excelência.
Será preciso compreender em sua plenitude o significado das palavras Humildade, Caridade, Solidariedade e Amor.
Amanhã será, um novo dia na existência de cada um de Nós, porque vamos ter a oportunidade de colocar em prática os ensinamentos adquiridos ao longo destes últimos anos e teremos certeza se já estamos preparados para viver um novo momento em nossas vidas.
Vamos imaginar que estamos trocando as vestimentas que usamos até aqui, porque já não necessitamos delas, nem seguramente teremos saudades do tempo em que ostentamos seus bordados e figurações.
O momento é outro e pede que haja calma, serenidade, muita paciência e sabemos o quanto ainda será difícil exercitarmos motivos tão incomuns.
Que possamos pensar no objetivo maior de tudo isso e não desistirmos de tentar, apesar das dificuldades e dos incômodos que certamente nos baterão à porta.

Somos Espíritos em jornada continuamente evolutiva...  

Dramas Humanos

O mundo assiste passivamente a morte de milhares de seres humanos em embarcações inadequadas no Mar Mediterrâneo ao tentarem fugir de áreas em conflito na Líbia, Nigéria, Gana, Sudão, Etiópia e outros países da África e Oriente Médio.
Os números divulgados e admitidos pelas autoridades são extremamente pequenos e sem importância, segundo fontes de países europeus. Na verdade, nos registros feitos nos dois últimos anos pela Organização Internacional para Migrações – OIM – o número de pessoas que tentaram a travessia para a Europa passa de trinta mil, muitos morreram e não tiveram seus corpos resgatados porque simplesmente foram tragados pelo mar.
O que chama a atenção é que essas populações vivem nas piores condições de habitabilidade em seus países e veem na possibilidade de chegar à Europa um horizonte melhor que merece ser tentado, mesmo correndo os seríssimos riscos que a travessia intempestiva oferece, sempre com a certeza de que poderão não chegar ao destino pretendido, como muitos que os precederam nesse tipo de aventura.
Por trás dessas tentativas de um contingente imenso de desesperados que cresce a cada dia, gangues especializadas ganham dinheiro e usurpam, alienam, humilham seus conterrâneos sob a complacência dos administradores de seus países, que poderiam fazer algo e não tem a menor preocupação com o bem estar deles.
O objetivo deles é fugir a qualquer custo das péssimas condições que lhes são impostas, das guerras étnicas que matam seres indiscriminadamente e, muitas vezes, se veem obrigados a desmontar a própria família, enviando nos barcos seus filhos, netos e outros parentes para que consigam se livrar daqueles incômodos. Recentemente, vários jovens e crianças foram resgatadas e até bebês.
Os barcos, geralmente pequenos e inabilitados para percorrer grandes percursos, geralmente se apresentam abarrotados de pessoas, acima de suas lotações originárias, tornando-se alvos fáceis para que as correntes marítimas os enviem para o fundo, matando a maioria de seus ocupantes.
Muitas vezes, embarcações de grande e médio porte que trafegam habitualmente naquelas áreas, se recusam a socorrer os pequenos barcos lotados, contrariando normas internacionais de navegação.
O problema parece não incomodar os países europeus, com exceção da Itália, porta de entrada desses imigrantes através da Ilha de Lampedusa onde alguns sobreviventes são recolhidos, tratados e encaminhados para áreas seguras.
Os outros países do bloco europeu se fingem de mortos, como se o problema não os atingisse, embora praticamente todos esses países tivessem aumentado seus patrimônios através dos processos de colonização que escravizou pessoas durante tantos séculos nos continentes e, certamente, deveriam prestar uma atenção maior, além de providenciar a devida solidariedade e acolhimento.
A questão deveria ser tratada pela Organização das Nações Unidas com mais seriedade, mesmo porque, as providências tomadas não conseguiram convencer seus signatários para que estabeleçam, imediatamente, normas que possam amparar e acolher esses seres em fuga. Se a ação não tiver a participação de todos, dificilmente se conseguirá chegar a um resultado satisfatório.
A situação vivida pelos imigrantes tem caráter humanitário, em razão disso, devemos ter em mente que a solução do problema passa pela cobrança particular e necessária que cada um de nós pode fazer.