Visão Espiritual da Doação de Órgãos

A constatação de que órgãos de pessoas que desencarnam não são utilizados para serem transplantados em outros pacientes provoca uma discussão e obriga todos os seres humanos a refletirem sobre o tema.

Quantos órgãos em perfeitas condições de utilização deixam de cumprir uma função social importante, ao proporcionar a sobrevida a pessoas que tinham sido desenganadas pela medicina.

A doação se torna possível, segundo os procedimentos médicos mundialmente consagrados, após a perda total e irreversível das funções encefálicas do doador, notadamente do tronco encefálico que, de acordo com os princípios espíritas, provoca a separação da alma do corpo físico.

Nessa condição, o coração ainda bate e terá um relativo tempo para que órgãos do corpo físico que apresentarem condições sejam transplantados em pacientes que necessitem e estejam em fila de espera.

O ato de doar um órgão é um gesto considerado de extrema magnitude e a própria Espiritualidade enfatiza a importância de as pessoas manifestarem em vida esse desejo, revelando seu desprendimento e um gesto de amor ao próximo sem precedentes.

Infelizmente, muitas pessoas não se preocupam muito com isso ou sequer procuram saber dos mecanismos que existem para doarem órgãos vitais que podem salvar outras vidas, às vezes até de familiares ou amigos próximos.

Ao que se saiba, não existiria nenhum empecilho de caráter religioso para efetivar a doação de órgãos, mesmo porque, doar um órgão é um gesto de amor. No entanto, a interpretação dada por alguns segmentos religiosos ou filosóficos tende a inibir a doação de órgãos entre seus seguidores. Seria importante que todos pudessem se informar mais sobre o assunto.

A legislação brasileira considera que todos os cidadãos são potenciais doadores de órgãos e tecidos do corpo. Permite que qualquer familiar até segundo grau de parentesco decida sobre a doação, mesmo que não tenha havido manifestação por escrito do potencial doador em vida.

A Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos – ADOTE – mantêm um site onde é possível fazer virtuais doações: www.adote.org.br facilitando a vida de quem tenha interesse em praticar esse gesto. Acesse e manifeste sua vontade.

E fundamental esclarecer as pessoas que pretendem se candidatar a doadores que a legislação é um indicativo de que todos os procedimentos médicos devem seguir os padrões internacionais. Os órgãos somente serão retirados quando, de fato, as condições gerais forem obedecidas.

Quem, de fato, compreende sua missão de ajudar o Planeta Terra a se desenvolver, pode e deve se aliar a essa nobre causa. Os órgãos que forem retirados serão importantíssimos para permitir que outros seres se recuperem e continuem vivendo.

A Espiritualidade nos mostra que não há necessidade de se preocupar com os órgãos que serão doados, notadamente porque, segundo seus princípios, à volta ao Plano Terreno, dentro do processo contínuo de Reencarnação, se dará em condições apropriadas para que um novo momento seja possível.

A doação de órgãos e tecidos tem um valor incomensurável para a Espiritualidade, porque é, sem dúvida, um gesto de desprendimento e de Amor aos semelhantes. Pense nessa possibilidade e tome a atitude: Doe seus órgãos.

Vitória da Cidadania

O recuo do governo do Estado de São Paulo em adiar a chamada reorganização do ensino público provocou a alegria de muita gente, de pais que podem respirar aliviados, de professores que seriam transferidos sem opções, de servidores e funcionários de escolas e, principalmente de alunos, os maiores prejudicados nesse processo.

Como a imprensa vem divulgando diuturnamente, as autoridades paulistas só foram convencidas de que deveriam mudar de postura ao sentir na pele as manifestações da população protestando, ocupando escolas, ruas e avenidas, ou seja, tendo que exercitar no limite seus argumentos para a manutenção de direitos.

Contrariamente ao que os órgãos oficiais queriam fazer a população acreditar, não houve consulta popular sobre a oportunidade de fazer as modificações nesse momento, tampouco perguntaram aos maiores prejudicados o que eles achavam das medidas que seriam impostas.

Segundo alguns especialistas em administração pública estava e continua em jogo a redução indiscriminada de investimentos educacionais.

Ao ignorar os efeitos que seriam produzidos, notadamente nas camadas mais pobres da população, o governo passou a correr o risco de ser desautorizado, principalmente porque sua escolha decorria do compromisso tácito de respeitar a vontade daqueles que tinham votado nele por acreditar que faria o melhor para a população.

Ao desencadear o processo aleatoriamente, muitos imaginavam que não haveria reação de nenhuma forma e que a população ia engolir caladinha, de novo, sem reclamar.

Em tempos em que a informação é a grande arma do cidadão para defender seus direitos, os movimentos começaram tímidos no interior do estado, em áreas onde normalmente pouco se questiona o que a “autoridade” faz e foi ganhando corpo, se espalhando por regiões notadamente mais críticas até se tornar um movimento único e consistente.

O resultado das manifestações foi de tal forma importante que os índices de popularidade do governo despencaram acintosamente, chegando a níveis baixíssimos.

Segundo o que se pode avaliar, não existe determinação maior de governante do que manter sua popularidade em alta, principalmente quando se é politico e está sempre galgando outras posições através do voto popular.

Diante de um quadro que poderia comprometer qualquer ambição política ou sequência dela, não valeria a pena arriscar. A prudência recomendava voltar atrás e consultar os interessados sobre a melhor forma de implantar o novo sistema, sem provocar grandes danos.

O decreto de revogação das medidas foi o primeiro passo e a população aguarda que a discussão sobre o tema aconteça de fato. Que sejam levados em consideração todos os aspectos e partes envolvidas. Que as propostas sejam justas.

Os interessados desejam que as reivindicações da maioria sejam aceitas e que seja possível discutir à exaustão todos os procedimentos que eventualmente venham a ser adotados.

Numa sociedade democrática, onde os cidadãos devem participar efetivamente das decisões de seu interesse, é preciso ficar e continuar atento a tudo que acontece ao redor.

A vitória nesse episódio não é definitiva é parcial, mas deve ser comemorada. O exercício da cidadania pressupõe não abrir mão dos direitos que foram adquiridos através de muita luta.

Esperamos que os governantes prestem uma maior atenção nos desejos e aspirações daqueles que votam neles...

Pense e Realize

            A ciência vem demonstrando a cada dia a força do pensamento humano, que é um instrumento fundamental para o seu desenvolvimento. A constatação parte do pressuposto de que o ser humano é, na verdade, energia em movimento constante, viajando incessantemente pelos múltiplos horizontes que a Terra oferece como suporte para sua evolução.

            A constatação científica indica que tudo o que pensamos agrega valores em nossos formatos materiais, alterando a constituição do corpo físico, deixando rastros indeléveis que a vida vai se encarregar de mostrar.    

            Sua fundamentação revela que não existe nenhum empecilho para os seres humanos alcançarem os melhores momentos de uma existência, galgar novas posições, experimentar novas propostas e, principalmente, superar todos os desafios conhecidos e desconhecidos, derrubando obstáculos que podem ser pulverizados com tranquilidade e sabedoria.

            A vida é uma longa estrada pavimentada de encontros e desencontros, estruturada para seres que buscam vencer seus próprios defeitos, se esforçando para modificar seus conceitos e preconceitos, de acordo com tudo aquilo que acredita e está disposto a desenvolver.

            Ninguém está neste Plano por acaso nem mesmo terá a característica de ser eternamente feliz ou infeliz, porque o Criador é justo em suas previsões e não abandona quem trabalha com afinco e planta esperanças nos caminhos que consegue percorrer.

            Com certeza, muitas estradas do eventual progresso estão esburacadas e cheias de armadilhas, como as construídas no plano terreno. Mas um condutor esperto e cuidadoso será capaz de driblar os obstáculos e concluir dignamente sua trajetória.

            Nesta passagem, que não é exatamente a primeira nem será a única, nossa mente acaba traçando as alternativas possíveis para concluirmos nossas provas e expiações, de acordo com o grau de desenvolvimento possível de ser alcançado individualmente.

Somos alertados, sempre, que quanto mais sintonizados estivermos com a Natureza que nos cerca melhores serão os momentos vividos, com possíveis ganhos que não poderão ser qualificados imediatamente, em razão da pouca informação disponível sobre o assunto.

            Se eu sou o que penso, como muitos filósofos que passaram por aqui apregoavam antecipadamente, me vejo inclinado a observar, estudar e tratar melhor as alternativas que forem apresentadas, buscando realizar coisas excepcionalmente positivas, sem o narcisismo peculiar que muitas vezes nos acometem.

A adoção pura e simples da humildade pode ser um caminho seguro para estabelecer múltiplos e intensos relacionamentos em vários níveis, na busca incessante para ajudar tantos quantos necessitem de aprimoramento em direção à Luz.

Esse processo, quando instalado, deve ser seguido à risca e não pode nem deve ser entendido como algo obrigatório que um ser qualquer tem que assumir e, sim, como uma opção saudável para contribuir na melhoria das condições de habitabilidade do planetinha.

            Por mais atrasados que estejam e por mais incrédulos queiram parecer, ninguém deve merecer o título de coitadinho ou infeliz simplesmente porque não conseguiu, ainda, ordenar melhor seus compromissos.

A vida é uma vertente contínua de possibilidades e nos proporciona milhares de condições, basta que estejamos atentos e com vontade de entender seus recados.

            Concluindo, Mãos à Obra, há muito que fazer e todos nós somos imprescindíveis nessa empreitada. Que cada um possa compreender seu papel e fazer a sua parte.

Mudar Realidades

Neste período do ano, muitas projeções são feitas pela maioria das pessoas que pretendem alcançar alguns objetivos, modificar totalmente seus hábitos ou mesmo ficar mais sintonizado nas coisas que ocorrem ao seu redor.

As promessas têm características diferenciadas e, em alguns momentos, até ousadas demais para o porte de alguns seres não afeitos a mudanças radicais. No entanto, parece que as energias que transitam nos ambientes tendem a conspirar a favor.

O que parece não mudar de formato é inevitavelmente o dia seguinte de muita gente, quando percebe que exageraram demais nas aspirações e se empregaram de menos na decisão de seguir à risca os objetivos traçados em suas mentes.

No rol das desilusões estão impregnados sonhos, desejos, vontades, aspirações e muita adrenalina que acabou sendo jogada às traças por conta somente da falta de persistência e planejamento das ações necessárias às mudanças.

Em tudo isso se tem a impressão de que seres humanos em estágio de desenvolvimento pessoal e espiritual ainda não se conectaram devidamente com a Grande Energia do Universo, candidatando-se a usufruir de suas benesses em favor de uma estabilização em nível mundial.

Individualmente, ninguém pode deixar passar mais esta oportunidade que a Espiritualidade projeta para que os seres aqui colocados estejam equilibrados, em sintonia com tudo e todos e em condições de se ajudarem mutuamente.

Quem quiser ser parte efetiva desse processo, que começou há tanto tempo e se renova a cada dia, basta empregar um pouco de boa vontade e agir.

Olhar ao seu redor e perceber que, mesmo àqueles que pouco tem para oferecer pode e deve compartilhar bons pensamentos, atitudes de inclusão em todos os níveis e, acima de tudo, doação de tempo e trabalho voluntário em favor daqueles que ainda não conseguem agir e realizar pelos próprios meios.

Mais do que aspirações de ganho de capital ou de bens de valores acentuadamente altos, é preciso que todos estejam preocupados com bens não tangíveis, mas que possuem uma importância fundamental na preservação de tantos meios necessários à vida humana.

Os valores cogitados estão baseados no respeito incondicional ao meio ambiente, na luta para que ninguém destrua fontes de água, a flora e fauna e tantos outros mecanismos que alimentam os diferentes tipos de vida.

Outros valores poderiam transformar realidades infindas, aproximando seres que nada tem de situações que poderia gerar novos momentos e proporcionar possibilidades concretas de inclusão.

Na verdade, as pessoas sequer estão muito preocupadas com esses aspectos. Pensam, na maioria das vezes, em projetar situações e estágios que atendam suas ansiedades e aspirações pessoais. Talvez resida ai a pouca efetividade de seus sonhos.

Sou daqueles que acredita na capacidade inata de todos em mudar cenários, mesmo de seres degradados pelo descaso e pouco caso dos que tem um poder concentrado em suas mãos e se recusam a fazer o que seria esperado.

Entendo que mudar realidades demanda planejamento, observação acurada e competência, notadamente de todos que acreditam num mundo mais igualitário e justo, sem tantas discrepâncias.

Projetar esses novos quadros deveria fazer parte de todas as aspirações possíveis...

Incômodos Cemitérios

Desde tempos imemoriais, os cemitérios são constituídos nas cidades de forma a abrigarem seus mortos, proporcionando sepultamentos aos corpos de seres que fizeram parte de suas sociedades.

Nos primórdios da civilização, os locais utilizados para enterrarem os mortos ficavam dentro de propriedades particulares e eram dispostos aleatoriamente, quase sempre de acordo com a vontade manifestada do ser que partia desse mundo.

A maioria das pessoas nunca leva em consideração os inconvenientes causados pelo depósito dos corpos nesses cemitérios, cujas áreas podem abrigar lençóis de águas importantes para o crescimento e desenvolvimento das cidades.

O mundo tem conhecimento de que os intermináveis processos de contaminação nessas áreas podem ser altamente danosos à saúde humana, dependendo principalmente das condições ambientais. Pouco ou quase nada é feito no sentido de alterar esse quadro.  

Os cadáveres depositados no solo sofrem algumas transformações como autólise ou autodigestão e putrefação, onde as células são dissolvidas por enzimas do próprio corpo e, em seguida, ocorre putrefação com a decomposição de tecidos e órgãos por microrganismos constituídos internamente, liberando gás sulfídrico, metano, dióxido de carbono, hidreto de fósforo, amônia, enxofre e outros metais altamente tóxicos que tornam o local completamente insalubre ou inadequado para qualquer outro uso.

Muitos cemitérios desativados continuam liberando gases no ar durante centenas de anos, causando desconforto para populações ao seu redor.  

Outro fenômeno observado nesses locais é um processo conhecido como saponificação, notadamente nos cemitérios brasileiros onde a alta umidade do solo, em razão do clima acentuadamente quente, provoca o retardamento na decomposição dos cadáveres.

Nesse processo, observa-se a formação de um líquido viscoso conhecido como necrochorume, composto por água e sais minerais, grande quantidade de vírus, substâncias orgânicas degradáveis, além de infinitas bactérias.

Nesse líquido são encontrados metanol e formaldeído, agentes utilizados no embalsamento dos corpos e outros metais pesados.

Em razão de muitos cemitérios não terem sido adequadamente planejados – muitos próximos de rios e córregos - é muito comum observarmos a invasão por águas subterrâneas e superficiais, o que pode provocar problemas de saúde de diferentes naturezas para a população.

Por conveniência, descaso ou falta de informação, as cidades continuam instalando cemitérios comuns, sem se preocuparem com os problemas gerados.

Contrariamente ao que se poderia imaginar, várias cidades no mundo passaram a desenvolver esquemas de visitação pública em cemitérios, com direito a tour pela internet usando aplicativo do Google, com o objetivo de mostrar os túmulos de gente importante que tiveram seus restos mortais ali depositados.

Passa muito longe, ainda, a discussão que poderia se feita sobre a conveniência ou não dos cemitérios no formato atual, principalmente pelos inconvenientes observados.

Existem outras fórmulas que poderiam ser utilizadas e que teriam menor impacto nas cidades, como a cremação, um instrumento eficaz que não provoca os mesmos danos na natureza, além de não necessitar de espaços tão grandiosos para sua adoção.

Sabe-se, entretanto, que muita gente ainda não possui informações suficientes para adotar a cremação de corpos, muitos evocam suas opções religiosas, notadamente àqueles que acreditam que ressuscitarão um dia e vão precisar do mesmo corpo, com as mesmas características, para dar continuidade a sua vida...

Sobre o assunto, há muito que apreender e adotar...