segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Exemplos de superação

Os atletas da Paralímpiada 2016 distribuiram graciosamente otimismo, determinação e superação, demonstrando explicitamente, que não existem ‘coitados’ entre eles e, sim, pessoas determinadas a vencer seus medos e as eventuais incapacidades de que sejam portadoras.

Nesse universo, as ‘deficiências’ se apresentam no nível físico com restrições para locomoção ou visão, no nível mental e intelectual restringindo a capacidade de desenvolvimento em diferentes formatos e situações, fatos que não impedem esses atletas de competirem e conquistarem posições de destaque nas provas em que espontaneamente se submetem.
São pessoas que nasceram com problemas genéticos, sem pernas, braços ou com parte deles comprometidos, amputados por problemas decorrentes na vida, alguns tendo mais que um órgão amputado, outros sofrendo processos contínuos de degeneração física e intelectual que os deixariam permanentemente sob cuidados clínicos e atenções especiais.
Nos semblantes desses atletas especiais invariavelmente observa-se um sorriso, um ar de satisfação por estarem participando de algo que pode redimir suas posturas, demonstrando uma acentuada felicidade pelo que se colocaram para executar e prontos para serem reconhecidos.
Numa situação paralela, encontramos no mundo físico atual centenas de milhares de seres que se escondem atrás dos pequenos problemas que os acometem, recusando a encarar suas provas e expiações, reclamando de tudo e de todos e atribuindo ao Deus que acreditam que talvez não tenha sido justo ao permitir que tenham uma vida ‘limitada e cheia de desafios’.
Muitos desses seres que reclamam diariamente possuem corpo físico perfeito, revelam uma aparência saudável, além de saúde mental e intelectual invejáveis e, no entanto, se apresentam como pessoas dependentes, carentes, sofredoras e questionadoras contumazes de tudo o que podem criticar, com ou sem razão.
Nesse grupo rebelde, por melhores que sejam as condições de vida que levam e as naturais propriedades que são detentores nada está completo e alguém, não se sabe quem, deveria ser responsabilizado por eles não conseguirem alcançar o ideal que imaginaram para suas vidas.
Dentre os atletas paralímpicos, podemos constatar que muitos deles já enfrentaram situações de desprezo, desamparo e abandono, sendo em muitas situações desautorizados a conviverem com seres normais, porque ‘apresentavam’ acentuado grau de dependência, fato para muitos normais considerado inaceitável.
A comparação entre esses dois segmentos é natural e se faz necessária porque evidencia a necessidade das pessoas entenderem qual é de fato o papel que o ser humano pode e deve executar na passagem pelo Planeta Terra.
As capas que vestem, ou seja os corpos que assumem ao aqui chegar, são os instrumentos disponíveis para executar as tarefas necessárias ao desenvolvimento pessoal e intransferível de cada ser.
O modelo que cada um apresenta, segundo a Espiritualidade, está de acordo com a necessidade e possibilidade de crescimento da pessoa que, talvez em momentos perdidos no tempo e no espaço, não tenha se utilizado adequadamente de outros formatos humanos mais completos.
Os resultados conquistados pelos atletas da Paralimpíadas 2016 revelam uma oportunidade sem igual de reflexão de valores, reformulação de conceitos e preconceitos e, certamente, estimula muitos seres normais acomodados a agradeceram a oportunidade de aprenderem algo útil em suas vidas.