As
bandeiras que identificam países são consideradas símbolos nacionais da maior
relevância, porque representam a diversidade de culturas que compõem a nação,
além de traduzir de inúmeras formas a flora e fauna, a natureza e tantas outras
riquezas e valores que estão presentes em seus espaços geográficos.
Sua
configuração enseja a verdadeira identidade pátria, convidando todos a se
portarem como cidadãos de bem, trabalhando em favor das comunidades de forma
altruísta e, principalmente, demonstrando o verdadeiro amor que se deve ter
pela terra que nascemos ou adotamos.
No
Brasil, instituída em 19 de novembro de 1889, a bandeira nacional tinha o ápice
de suas comemorações na mesma data dos anos subsequentes e, durante largo
período, era considerada feriado nacional.
No
processo de valorização desse símbolo, o escritor Olavo Bilac escreveu o hino à
bandeira, cuja música foi composta por Francisco Braga e adotada a partir de
1906.
Nessas
ocasiões, eram realizadas comemorações solenes nas organizações militares e
acadêmicas, nos pátios das escolas, notadamente nos níveis básicos, num
processo que incentivava crianças e jovens a respeitarem-na, enaltecendo
valores inestimáveis para manter a integração nacional.
Nos
primeiros momentos era uma verdadeira festa lembrar o dia da Bandeira. Os
alunos perfilados e utilizando seus alinhados trajes prestavam reverência ao
símbolo que identificava toda a Nação, independente da cor, da opção
filosófica, religião ou tantos outros motivos.
O
tempo passou e parece que as pessoas foram deixando de lado sua importância e
finalidade. Alguns se esqueceram dos motivos que aproximariam tantos seres
ímpares de causas tão comuns e necessárias ao desenvolvimento geral.
Nas
escolas, poucos são os estudantes que sabem o que ela significa ou mesmo a data
em que deveria ser cultuada ou lembrada.
Educadores
de maneira geral, preocupados com outras situações que os afligem, descartaram
totalmente comemorar esse símbolo. A verdade é que poucas são as escolas que
ainda teimam em cultuar a data.
Algumas
que insistem o fazem timidamente, como se tivessem medo ou receio de serem
taxados de retrógrados, ultrapassados.
O
que é pior nesse quadro, é que muitos desses pequenos seres que tiveram a
oportunidade de cultuar a data e entender seu significado, hoje ocupam altos
cargos da hierarquia política brasileira e dão verdadeiros exemplos que como
não deve ser um cidadão.
Fazem
parte de contingentes imensos de corruptos e aproveitadores que não abrem mão
dos cargos que conquistaram de alguma forma, lícita ou ilícita. Tentam se
tornar perpétuos em suas funções e trabalham sofregamente para dilapidar ainda
mais o patrimônio público, ou seja, da população.
Suas
danosas atuações relembram a preocupação e luta de Olavo Bilac com o tráfico
negreiro de outrora. Foi ele também o autor do hino à Bandeira que escreveu
sobre tráfico de negros um texto brilhante chamado “O Navio Negreiro” que,
guardadas as devidas proporções, pode e deve ser atualizado.
“Auriverde
pendão da minha terra,
Que
a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte
que a luz do sol encerra,
E
as promessas divinas de esperança...
Tu,
que da liberdade após a guerra,
Foste
hasteado dos heróis na lança,
Antes
te houvessem roto na batalha,
“Que
servires a um povo de mortalha...”.