Desde
tempos imemoriais, os cemitérios são constituídos nas cidades de forma a
abrigarem seus mortos, proporcionando sepultamentos aos corpos de seres que
fizeram parte de suas sociedades.
Nos
primórdios da civilização, os locais utilizados para enterrarem os mortos
ficavam dentro de propriedades particulares e eram dispostos aleatoriamente, quase
sempre de acordo com a vontade manifestada do ser que partia desse mundo.
A
maioria das pessoas nunca leva em consideração os inconvenientes causados pelo
depósito dos corpos nesses cemitérios, cujas áreas podem abrigar lençóis de
águas importantes para o crescimento e desenvolvimento das cidades.
O
mundo tem conhecimento de que os intermináveis processos de contaminação nessas
áreas podem ser altamente danosos à saúde humana, dependendo principalmente das
condições ambientais. Pouco ou quase nada é feito no sentido de alterar esse
quadro.
Os
cadáveres depositados no solo sofrem algumas transformações como autólise ou
autodigestão e putrefação, onde as células são dissolvidas por enzimas do
próprio corpo e, em seguida, ocorre putrefação com a decomposição de tecidos e
órgãos por microrganismos constituídos internamente, liberando gás sulfídrico,
metano, dióxido de carbono, hidreto de fósforo, amônia, enxofre e outros metais
altamente tóxicos que tornam o local completamente insalubre ou inadequado para
qualquer outro uso.
Muitos
cemitérios desativados continuam liberando gases no ar durante centenas de
anos, causando desconforto para populações ao seu redor.
Outro
fenômeno observado nesses locais é um processo conhecido como saponificação,
notadamente nos cemitérios brasileiros onde a alta umidade do solo, em razão do
clima acentuadamente quente, provoca o retardamento na decomposição dos
cadáveres.
Nesse
processo, observa-se a formação de um líquido viscoso conhecido como necrochorume, composto por água e sais
minerais, grande quantidade de vírus, substâncias orgânicas degradáveis, além
de infinitas bactérias.
Nesse
líquido são encontrados metanol e formaldeído, agentes utilizados no
embalsamento dos corpos e outros metais pesados.
Em
razão de muitos cemitérios não terem sido adequadamente planejados – muitos
próximos de rios e córregos - é muito comum observarmos a invasão por águas
subterrâneas e superficiais, o que pode provocar problemas de saúde de
diferentes naturezas para a população.
Por
conveniência, descaso ou falta de informação, as cidades continuam instalando
cemitérios comuns, sem se preocuparem com os problemas gerados.
Contrariamente
ao que se poderia imaginar, várias cidades no mundo passaram a desenvolver
esquemas de visitação pública em cemitérios, com direito a tour pela internet
usando aplicativo do Google, com o objetivo de mostrar os túmulos de gente
importante que tiveram seus restos mortais ali depositados.
Passa
muito longe, ainda, a discussão que poderia se feita sobre a conveniência ou
não dos cemitérios no formato atual, principalmente pelos inconvenientes
observados.
Existem
outras fórmulas que poderiam ser utilizadas e que teriam menor impacto nas
cidades, como a cremação, um instrumento eficaz que não provoca os mesmos danos
na natureza, além de não necessitar de espaços tão grandiosos para sua adoção.
Sabe-se,
entretanto, que muita gente ainda não possui informações suficientes para
adotar a cremação de corpos, muitos evocam suas opções religiosas, notadamente
àqueles que acreditam que ressuscitarão um dia e vão precisar do mesmo corpo,
com as mesmas características, para dar continuidade a sua vida...
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