quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Bandeira Ultrajada

As bandeiras que identificam países são consideradas símbolos nacionais da maior relevância, porque representam a diversidade de culturas que compõem a nação, além de traduzir de inúmeras formas a flora e fauna, a natureza e tantas outras riquezas e valores que estão presentes em seus espaços geográficos.

Sua configuração enseja a verdadeira identidade pátria, convidando todos a se portarem como cidadãos de bem, trabalhando em favor das comunidades de forma altruísta e, principalmente, demonstrando o verdadeiro amor que se deve ter pela terra que nascemos ou adotamos.

No Brasil, instituída em 19 de novembro de 1889, a bandeira nacional tinha o ápice de suas comemorações na mesma data dos anos subsequentes e, durante largo período, era considerada feriado nacional.

No processo de valorização desse símbolo, o escritor Olavo Bilac escreveu o hino à bandeira, cuja música foi composta por Francisco Braga e adotada a partir de 1906.

Nessas ocasiões, eram realizadas comemorações solenes nas organizações militares e acadêmicas, nos pátios das escolas, notadamente nos níveis básicos, num processo que incentivava crianças e jovens a respeitarem-na, enaltecendo valores inestimáveis para manter a integração nacional.

Nos primeiros momentos era uma verdadeira festa lembrar o dia da Bandeira. Os alunos perfilados e utilizando seus alinhados trajes prestavam reverência ao símbolo que identificava toda a Nação, independente da cor, da opção filosófica, religião ou tantos outros motivos.

O tempo passou e parece que as pessoas foram deixando de lado sua importância e finalidade. Alguns se esqueceram dos motivos que aproximariam tantos seres ímpares de causas tão comuns e necessárias ao desenvolvimento geral.

Nas escolas, poucos são os estudantes que sabem o que ela significa ou mesmo a data em que deveria ser cultuada ou lembrada.

Educadores de maneira geral, preocupados com outras situações que os afligem, descartaram totalmente comemorar esse símbolo. A verdade é que poucas são as escolas que ainda teimam em cultuar a data.

Algumas que insistem o fazem timidamente, como se tivessem medo ou receio de serem taxados de retrógrados, ultrapassados.

O que é pior nesse quadro, é que muitos desses pequenos seres que tiveram a oportunidade de cultuar a data e entender seu significado, hoje ocupam altos cargos da hierarquia política brasileira e dão verdadeiros exemplos que como não deve ser um cidadão.

Fazem parte de contingentes imensos de corruptos e aproveitadores que não abrem mão dos cargos que conquistaram de alguma forma, lícita ou ilícita. Tentam se tornar perpétuos em suas funções e trabalham sofregamente para dilapidar ainda mais o patrimônio público, ou seja, da população.

Suas danosas atuações relembram a preocupação e luta de Olavo Bilac com o tráfico negreiro de outrora. Foi ele também o autor do hino à Bandeira que escreveu sobre tráfico de negros um texto brilhante chamado “O Navio Negreiro” que, guardadas as devidas proporções, pode e deve ser atualizado.
“Auriverde pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas de esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
“Que servires a um povo de mortalha...”.



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