segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Profissão de risco

Neste 15 de outubro, não há muito a ser comemorado pelos profissionais da educação brasileira, notadamente pelos riscos de todas as naturezas que correm em sala de aula e pelas inúmeras ações governamentais equivocadas, que desrespeitam o esforço que fazem para tirar grande parte da população da ignorância plena. Nunca é demais lembrar, que um país desenvolvido é caracterizado pelo alto nível de educação de seus habitantes, formação que acelera o crescimento e coloca a nação num patamar elevado. A profissão tornou-se de altíssimo risco quando vários fatores foram ignorados pelos governantes, como salas de aula sem condições adequadas de utilização, a preservação de mecanismos de apoio aos educadores e seus auxiliares, atualização de verbas para a manutenção do setor, maior controle de gastos que gerou corrupção de todas as naturezas, além da falta da política de valorização funcional, que deveria fazer a diferença na carreira deles, além de incentivar sua continuidade. As agressões que sofrem não são apenas produzidas por crianças e adolescentes e suas famílias, revoltados com suas condições de vida e saúde e, sim, por um sistema ultrapassado e inútil que é mantido nos mesmos padrões de quinhentos anos atrás. Certamente está faltando uma visão mais apropriada do ensino público e privado como um todo, além da coragem e competência dos gestores particulares e públicos, muitas vezes nomeados por aderência política e não por méritos ou conhecimento do tema. Se esta situação não for modificada urgentemente, corre-se o risco de comprometer todo o esforço daqueles que estão na linha de frente e já não sabem mais como se defender de tantos absurdos. O que certamente leva ao desânimo é a falta de propostas objetivas e viáveis dos futuros governantes que se instalarão nas próximas gestões, que não tem muita noção da importância da educação, lamentavelmente. Projetam investir pesadamente em outros setores e se esquecem que, dar prioridade em educação será um instrumento fundamental para reduzir a pobreza, diminuir índices de violência, permitindo que seja possível visualizar uma sociedade mais igual, com menores índices de diferenças internas. Enquanto as providências reais não saem do papel... Os mestres terão que se conformar com o lema abaixo: ‘Professores: Heróis que terão uma eternidade para comemorar o reconhecimento de suas ações...”.