sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O papel social das bibliotecas nas periferias

As bibliotecas são reconhecidamente instrumentos de valorização dos cidadãos e das comunidades, notadamente pelas oportunidades que oferecem ao facilitar o acesso à informação de caráter geral e ao conhecimento que poderá abrir portas para muitos seres, alavancando muitas vidas. Sua utilidade vai muito além, principalmente nas periferias das pequenas médias e grandes cidades, porque oferece uma base segura em suas instalações para que crianças, adolescentes, jovens e adultos possam garimpar informações de interesse e ampliar seus horizontes culturais. Sabe-se, que quanto maior for o acervo literário que disponibiliza aos seus consulentes, maiores serão as possibilidades de influenciarem positivamente na vida de muitos cidadãos, abrindo trilhas importantes para que consigam sair de situações complicadas podendo mudar definitivamente suas realidades. Paralelamente às funções primordiais que as bibliotecas propiciam, elas criam oportunidades infindas de fortalecimento das relações humanas, unindo seres que certamente não teriam outra chance de se conhecerem por estarem situados em pontos extremos das escalas sociais. Pelas suas características naturais e pelo papel que representa nas sociedades o instrumento biblioteca deveria fazer parte obrigatoriamente de todo planejamento governamental, em todos os níveis, como forma de mudar cenários, além de reduzir índices de criminalidade e ocorrências de natureza policial. Crianças, adolescentes e jovens abrigados pelas bibliotecas estão menos sujeitos aos riscos oferecidos pelas ruas. Esta teoria, entretanto, não faz parte da lógica de muitos políticos de plantão, que preferem utilizar suas argumentações em outras direções, privilegiando a elaboração e construção de obras gigantescas, às vezes de menor importância, onde sabidamente poderão tirar grandes proveitos. Na prática, esses administradores quando são conduzidos aos cargos administrativos de relevância nas sociedades, nem sempre se lembram de que a maioria dos seus eleitores é constituída de pessoas situadas em faixas que abrigam os menos favorecidos, portanto, aqueles que mais necessitam de intervenções políticas para sobreviverem dignamente. A quase totalidade de bibliotecas instaladas em todo o país tem caraterísticas públicas e fazem parte de sistemas anacrônicos que, geralmente funcionam de forma engessada, onde são raras as linhas de crédito disponíveis para aquisição de livros, revistas e ou publicações, impedindo às vezes o seu funcionamento adequado e ou ampliação de seus atendimentos. Os custos mensais dessas bibliotecas poderiam ser compartilhados com empresas particulares, em programas que pudessem dar isenção de impostos aos contribuintes – uma situação que deveria merecer a atenção dos candidatos que se preparam para concorrer aos cargos políticos nos próximo pleito. As iniciativas particulares de criação e manutenção de bibliotecas nas periferias existem numa proporção muito pequena, mas cumprem uma função social relevante, como o caso da Biblioteca Lydia Frayze, instalada na Vila São Luiz, em Ourinhos, pela Associação Cultural Fazendas Fama: www. famacultural.com.br atendendo uma parcela significativa dos bairros do entorno e que, seguramente, é um porto seguro para crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. Iniciativas dessa natureza deveriam ser copiadas por outros empresários de várias cidades, mesmo porque, investir numa ação desse porte é ajudar na garantia de segurança da sociedade como um todo, além de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.