Cegueira Irreversível

Os registros da Organização Mundial de Saúde apontam dados alarmantes sobre a perda da visão física de muitas pessoas ocasionadas pelo glaucoma, a segunda causa principal de cegueira no mundo, uma doença quase imperceptível que, na maioria dos casos, só é detectada quando em estágio bastante avançado. No Brasil, foram comunicados mais de um milhão de pessoas portadoras desse mal.

O glaucoma é caracterizado como o aumento da pressão intraocular, causando danos irreversíveis ao nervo óptico, reduzindo gradativamente a visão do paciente. Alguns registros indicam que o processo tem início com o bloqueio dos fluidos que circulam no interior do olho. Como não apresenta os sintomas característicos de lesão, nem dor muitas pessoas só descobrem que são portadores quando existe pouca possibilidade de reverter o quadro instalado.

Diante de uma situação como essa e, como forma imediata de evitar que o mal se instale, é fundamental que o ser humano faça exames oftalmológicos periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, com profissionais qualificados.

O popular exame de vista, como é chamado, pode detectar precocemente sintomas peculiares do glaucoma e proporcionar a adoção de procedimentos capazes de inibir ou minimizar o problema.

De acordo com os estudos já realizados nessa área, não existe concretamente uma única causa, sabe-se que o glaucoma pode ter origem em vários tipos de doença e atingir alguns segmentos em particular. Os registros demonstram que a elevação da pressão intraocular acaba comprimindo as células nervosas dentro dos olhos, danificando-as ou provocando a sua morte.  Alguns especialistas são levados a acreditar que a pressão intraocular pode estar relacionada com o aumento da pressão arterial das pessoas

Dentre as pessoas com maiores possibilidades de terem glaucoma estão àqueles que trazem histórico familiar da doença, idade acima de 45 anos, portadores de diabetes, hipertensos, descendentes de africanos e asiáticos, míopes ou que fazem uso prolongado de corticoesteroides, pessoas com pressão intraocular elevada, geralmente acima de 22mmHg – medição que é feita por especialistas que pode ser comparada com o mesmo processo de medição da pressão arterial do corpo humano.

A coloração e a aparência dos olhos são fatores fundamentais para se determinar o estágio em que se encontra o glaucoma, que apresenta pelo menos sete níveis já conhecidos dos especialistas no assunto e podem ser tratados de acordo com as formas detectadas.

Os tratamentos existentes nas clínicas especializadas variam de acordo com as características apresentadas pelo glaucoma e podem ser feitos através de cirurgias convencionais ou à laser, a utilização de medicamentos via oral, colírios ou uma combinação adequada de vários procedimentos, tendo como principal objetivo reduzir a pressão intraocular e reduzir os riscos de comprometimento da visão.

O tema vem sendo pesquisado e estudado por profissionais em oftalmologia em todo o mundo, principalmente porque algumas pessoas que possuem pressão intraocular aumentada nem sempre desenvolvem o glaucoma.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que as pessoas preocupadas com seu bem estar procurem fazer periodicamente um exame no fundo do olho para verificar se existem alterações importantes após, dependendo do caso, seguir os procedimentos indicados por oftalmologista de sua confiança.

Luiz Argollo
Jornalista