No início dos tempos,
a humanidade viveu épocas intensas de barbárie, caracterizada pelo desprezo
total do homem pelos seres que habitavam ao seu redor, onde o respeito aos
direitos individuais e coletivos não existia, porque mandava quem tinha maior
poder através da força física em detrimento daqueles que não conseguiam se
defender.
Com o aparente aprimoramento
das relações humanas, instalação de instrumentos de convivência pacífica e
outros mecanismos, imaginava-se que tais tempos tivessem sido abolidos
definitivamente, embora o quadro que se observa no mundo atual não é exatamente
o que se esperava.
Em algumas situações,
os homens se sentiram muito incomodados com a ascensão da mulher, por ela ter
conquistado uma tão sonhada e sofrida autonomia, passando a disputar espaço com
o universo masculino, conseguindo mudar um perfil antigo e anacrônico de
subserviência, ganhando o direito de ser protagonista principal de ações na
relação entre casais.
O novo formato de
independência da mulher passou a preocupar muita gente e colocou vários
machistas em situação de desconforto e, incomodados porque não conseguiram
inverter o novo quadro, passaram a agredir fisicamente suas esposas,
companheiras, namoradas e amantes como forma de demonstrar força, além de protestar
pelas mudanças.
A quantidade de
mulheres que são agredidas moralmente e fisicamente todos os dias aumenta cada
vez mais e preocupa as autoridades que são responsáveis pela defesa de seus
direitos.
Um dos grandes
problemas enfrentados diz respeito à demora dessas autoridades em utilizar, de
fato, os mecanismos legais disponíveis para que elas sejam protegidas
totalmente, evitando o assédio de quem comete a agressão de qualquer natureza e
sua presença intimidadora.
Recentemente, em
várias partes do nosso território, foram detectados casos de agressão à mulher
pelos seus companheiros e, após serem presos os infratores, foram colocados
fora da prisão para aguardarem julgamento em liberdade, porque não possuíam
antecedentes criminais registrados anteriormente.
Uma vez soltos e demonstrando
a revolta com as justas denúncias feitas por suas parceiras e o consequente
enquadramento penal sofrido, vários deles voltaram a causar constrangimentos e,
em alguns casos, mataram cruelmente suas mulheres ao arrepio de uma legislação
que deveria protegê-las em local com total segurança e apoio psicológico
profissional, para evitar ações de desrespeito com essas características.
A aparente impunidade
ou a demora em receber punição adequada torna esses machistas mais ousados e desafiadores
e os credencia a continuar praticando atos tão abomináveis.
O que se pode
constatar em várias situações mostra a falta de interesse de algumas
autoridades em agir prudentemente, de forma a preservar a vida de pessoas que
tiveram a coragem de denunciar os maus tratos sofridos dentro de casa, muitas
delas não suportando mais as ações danosas reiteradamente praticadas.
O grito de atenção à
causa ainda está impregnado no ar e mostra às populações a necessidade de
continuarem mobilizadas no processo de exigirem que as legislações sejam
aplicadas, com critério e sem privilégios, como única forma de acabar de vez
com os incômodos causados às mulheres.
Os cidadãos, todos sem
exceção, devem continuar se movimentando e exigindo a preservação de direitos
que são amparados e garantidos pelas legislações existentes.
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