terça-feira, 23 de junho de 2015

Covardia Machista

No início dos tempos, a humanidade viveu épocas intensas de barbárie, caracterizada pelo desprezo total do homem pelos seres que habitavam ao seu redor, onde o respeito aos direitos individuais e coletivos não existia, porque mandava quem tinha maior poder através da força física em detrimento daqueles que não conseguiam se defender.
Com o aparente aprimoramento das relações humanas, instalação de instrumentos de convivência pacífica e outros mecanismos, imaginava-se que tais tempos tivessem sido abolidos definitivamente, embora o quadro que se observa no mundo atual não é exatamente o que se esperava.
Em algumas situações, os homens se sentiram muito incomodados com a ascensão da mulher, por ela ter conquistado uma tão sonhada e sofrida autonomia, passando a disputar espaço com o universo masculino, conseguindo mudar um perfil antigo e anacrônico de subserviência, ganhando o direito de ser protagonista principal de ações na relação entre casais.
O novo formato de independência da mulher passou a preocupar muita gente e colocou vários machistas em situação de desconforto e, incomodados porque não conseguiram inverter o novo quadro, passaram a agredir fisicamente suas esposas, companheiras, namoradas e amantes como forma de demonstrar força, além de protestar pelas mudanças.
A quantidade de mulheres que são agredidas moralmente e fisicamente todos os dias aumenta cada vez mais e preocupa as autoridades que são responsáveis pela defesa de seus direitos.
Um dos grandes problemas enfrentados diz respeito à demora dessas autoridades em utilizar, de fato, os mecanismos legais disponíveis para que elas sejam protegidas totalmente, evitando o assédio de quem comete a agressão de qualquer natureza e sua presença intimidadora.
Recentemente, em várias partes do nosso território, foram detectados casos de agressão à mulher pelos seus companheiros e, após serem presos os infratores, foram colocados fora da prisão para aguardarem julgamento em liberdade, porque não possuíam antecedentes criminais registrados anteriormente.
Uma vez soltos e demonstrando a revolta com as justas denúncias feitas por suas parceiras e o consequente enquadramento penal sofrido, vários deles voltaram a causar constrangimentos e, em alguns casos, mataram cruelmente suas mulheres ao arrepio de uma legislação que deveria protegê-las em local com total segurança e apoio psicológico profissional, para evitar ações de desrespeito com essas características.
A aparente impunidade ou a demora em receber punição adequada torna esses machistas mais ousados e desafiadores e os credencia a continuar praticando atos tão abomináveis.
O que se pode constatar em várias situações mostra a falta de interesse de algumas autoridades em agir prudentemente, de forma a preservar a vida de pessoas que tiveram a coragem de denunciar os maus tratos sofridos dentro de casa, muitas delas não suportando mais as ações danosas reiteradamente praticadas.
O grito de atenção à causa ainda está impregnado no ar e mostra às populações a necessidade de continuarem mobilizadas no processo de exigirem que as legislações sejam aplicadas, com critério e sem privilégios, como única forma de acabar de vez com os incômodos causados às mulheres.
Os cidadãos, todos sem exceção, devem continuar se movimentando e exigindo a preservação de direitos que são amparados e garantidos pelas legislações existentes.



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