segunda-feira, 8 de junho de 2015

Retroceder ou ir em frente...

A história recente brasileira vem registrando inúmeros casos de pessoas determinadas que pretendiam incrementar suas vidas, participando ativamente da formação pessoal e profissional de inúmeras pessoas, formando cidadãos, dando aulas em escolas de vários níveis, contribuindo, assim, para uma sociedade melhor e mais organizada e promissora.
Os anseios desses abnegados, no entanto, batem de frente com sistemas de ensino anacrônicos, mal estruturados ou falidos, aliados à falta de infraestrutura mínima nas cidades para acolher crianças e jovens ávidos pelo conhecimento que deveria modificar suas histórias de vida.
Em todo o país, nos envergonham salas de aula confeccionadas com materiais inadequados, de lata, de madeira e de tantas outras características ou pior, como se observa no nordeste brasileiro, aulas sendo ministradas à sombra de árvores frondosas porque não existe, em tese, dinheiro ou disposição dos governantes em construir ou proporcionar algo melhor.
Afora esses disparates, a falta de qualidade dos materiais didáticos confeccionados não traduzem as expectativas e necessidades das populações, porque estão completamente fora da realidade, embora muitos administradores insistam em produzir assim mesmo, porque estão ganhando muito dinheiro extra com a ineficiência do produto, elaborado e empurrado na garganta dos cidadãos, que nem sempre encontram meios legais para reclamar.
A falta de conforto e de opções melhores para os aprendizes geram outros problemas que se traduzem em desmotivação em estudar, alunos repetentes aos montes, não respeitam seus professores, comparecem à escola quando querem e, pasmem, em muitos casos suas famílias resolvem se revoltar contra os mestres, porque são incapazes de compreender que são os sistemas que precisam ser reformulados.
Os educadores são apenas e tão somente uma ponta da questão e fazem o que podem, muitas vezes sem apoio científico e tecnológico para fazer frente aos novos desafios em sala de aula, convivendo com a falta de instrumentos eficazes para melhorar a própria formação profissional.
Não bastassem esses incômodos, o que desmotiva ainda mais é o despreparo dos governantes em criar mecanismos que retribuam adequadamente quem se dispõe a trabalhar pela educação da população.
A maioria dos governos, nos vários níveis, não criam carreiras que possibilitariam a progressão funcional dentro da atividade, tampouco são capazes de pagar sequer o salário mínimo da categoria que, a rigor, não deixa de ser uma afronta a quem passou grande parte de sua vida estudando e se especializando para dar o melhor de si em favor da formação de tantos.
As comunidades ficam observando os professores, seres sem motivação e pasmos porque tem de criar coragem, todos os dias, para encarar as deficiências da escolha que fizeram, sem muita perspectiva de melhora.
O que se espera deles é que não desistam facilmente de seus projetos, afinal, alguém disse que: “sem professores a Humanidade não caminha”.
Apesar do desestimulo instituído, é preciso lembrar que o compromisso que assumiram é dos mais edificantes e notáveis, ajudar na Evolução de seres que aqui caminham... Através da Educação, só os mestres serão capazes de transformar seres comuns em cidadãos honrados, diminuindo a quantidade de párias que roubam descaradamente a oportunidade de as cidades crescerem. É exatamente com essa condição que sempre valerá a pena lutar contra todas as adversidades.

Luiz Argollo

Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário