A história recente
brasileira vem registrando inúmeros casos de pessoas determinadas que
pretendiam incrementar suas vidas, participando ativamente da formação pessoal
e profissional de inúmeras pessoas, formando cidadãos, dando aulas em escolas
de vários níveis, contribuindo, assim, para uma sociedade melhor e mais
organizada e promissora.
Os anseios desses
abnegados, no entanto, batem de frente com sistemas de ensino anacrônicos, mal
estruturados ou falidos, aliados à falta de infraestrutura mínima nas cidades
para acolher crianças e jovens ávidos pelo conhecimento que deveria modificar
suas histórias de vida.
Em todo o país, nos
envergonham salas de aula confeccionadas com materiais inadequados, de lata, de
madeira e de tantas outras características ou pior, como se observa no nordeste
brasileiro, aulas sendo ministradas à sombra de árvores frondosas porque não
existe, em tese, dinheiro ou disposição dos governantes em construir ou
proporcionar algo melhor.
Afora esses disparates,
a falta de qualidade dos materiais didáticos confeccionados não traduzem as
expectativas e necessidades das populações, porque estão completamente fora da
realidade, embora muitos administradores insistam em produzir assim mesmo,
porque estão ganhando muito dinheiro extra com a ineficiência do produto,
elaborado e empurrado na garganta dos cidadãos, que nem sempre encontram meios
legais para reclamar.
A falta de conforto e
de opções melhores para os aprendizes geram outros problemas que se traduzem em
desmotivação em estudar, alunos repetentes aos montes, não respeitam seus
professores, comparecem à escola quando querem e, pasmem, em muitos casos suas
famílias resolvem se revoltar contra os mestres, porque são incapazes de
compreender que são os sistemas que precisam ser reformulados.
Os educadores são
apenas e tão somente uma ponta da questão e fazem o que podem, muitas vezes sem
apoio científico e tecnológico para fazer frente aos novos desafios em sala de
aula, convivendo com a falta de instrumentos eficazes para melhorar a própria
formação profissional.
Não bastassem esses
incômodos, o que desmotiva ainda mais é o despreparo dos governantes em criar
mecanismos que retribuam adequadamente quem se dispõe a trabalhar pela educação
da população.
A maioria dos
governos, nos vários níveis, não criam carreiras que possibilitariam a
progressão funcional dentro da atividade, tampouco são capazes de pagar sequer
o salário mínimo da categoria que, a rigor, não deixa de ser uma afronta a quem
passou grande parte de sua vida estudando e se especializando para dar o melhor
de si em favor da formação de tantos.
As comunidades ficam
observando os professores, seres sem motivação e pasmos porque tem de criar
coragem, todos os dias, para encarar as deficiências da escolha que fizeram,
sem muita perspectiva de melhora.
O que se espera deles
é que não desistam facilmente de seus projetos, afinal, alguém disse que: “sem
professores a Humanidade não caminha”.
Apesar do desestimulo
instituído, é preciso lembrar que o compromisso que assumiram é dos mais
edificantes e notáveis, ajudar na Evolução de seres que aqui caminham...
Através da Educação, só os mestres serão capazes de transformar seres comuns em
cidadãos honrados, diminuindo a quantidade de párias que roubam descaradamente
a oportunidade de as cidades crescerem. É exatamente com essa condição que
sempre valerá a pena lutar contra todas as adversidades.
Luiz Argollo
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