Longe o tempo em que
as pessoas tinham o hábito de plantar árvores como forma de preservar a vida de
todos os seres, alimentando e proporcionando condições para que as cidades
pudessem ter um ar perfeitamente respirável, um clima equilibrado, ao mesmo
tempo em que serviam de modelo de ações para que outras pessoas e seguimentos
pudessem se apropriar e desenvolver em favor do bem comum.
Ao lado da vontade de
contribuir para o equilíbrio da Natureza, muitas pessoas se esqueceram de que,
uma vez semeadas, plantadas, as árvores tinham o direito de crescer e se
fortalecer, ao mesmo tempo em que deveriam ser acompanhadas no seu
desenvolvimento por voluntários ou especialistas, realizando as podas
necessárias e tomando todas as providências para que, num futuro próximo, elas
não viessem a representar um tormento para muitas pessoas, desvirtuando seus
objetivos.
Como todo processo que
tem início sem planejamento adequado, o tempo passou, elas cresceram,
desenvolveram patologias, as mais variadas, foram empurradas pelas construções
desordenadas que foram erguidas ao redor tomando o espaço que poderiam
utilizar, sofreram os processos de mutação normais e anormais, foram cruelmente
atingidas pela ação de climas extremamente variáveis, chuvas, ventos
torrenciais e tantos outros incômodos e, no final, algumas foram vencidas e
sucumbiram, prejudicando bens e serviços de várias cidades e, em último caso, à
população.
Em razão de tudo isso,
o país inteiro sofre terrivelmente com a queda de árvores, danificando
residências, prédios, veículos variados e, em muitos casos, matando pessoas e
animais que estavam em sua área ou passavam por ali ocasionalmente, provocando
prejuízos financeiros de grande monta, para desespero de muita gente.
O que ninguém se esforça
para lembrar é de que as cidades deveriam ter um serviço completo e ativo de
pessoas especializadas que verificassem, constantemente, as verdadeiras
condições de saúde dessas árvores e, no tempo certo, providenciassem as ações
de manutenção que evitassem um mal maior, inclusive com a economia de tempo e
dinheiro público.
Na falta de mecanismos
apropriados de proteção, várias cidades brasileiras vêm amargando, nos últimos
meses, enormes prejuízos que não serão resolvidos no curto prazo, uma vez que,
vão ter que instalar urgentemente, serviços que deveriam fazer parte de sua
organização há muito tempo na correção de situações que, a rigor, poderiam ser
consideradas normais.
Felizmente, ainda há
tempo para que sejam estabelecidos procedimentos de correção, desde que os
administradores dos municípios compreendam melhor que a função deles ao
assumirem seus cargos está diretamente relacionada com a utilização adequada dos
poucos recursos financeiros disponíveis e, quanto mais rápida a providência,
melhor será para a administração geral.
Faço coro com o enorme
contingente de cidadãos e cidadãs que espera que as árvores das cidades tenham
um tratamento diferenciado - “vip” - e não venham sofrer com os descasos que
até então foram e continuam sendo cometidos, em razão da falta de compromisso
de muitos com as condições de sobrevivência das árvores, instrumentos tão
eficazes no equilíbrio dos sistemas ambientais e tão necessário às perspectivas
de sobrevivência dos seres “ditos humanos” que habitam o Planeta e tem como
trajetória permanente caminhar em direção à Evolução.
Luiz Argollo
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