segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Vida Pulsa nas Árvores


Longe o tempo em que as pessoas tinham o hábito de plantar árvores como forma de preservar a vida de todos os seres, alimentando e proporcionando condições para que as cidades pudessem ter um ar perfeitamente respirável, um clima equilibrado, ao mesmo tempo em que serviam de modelo de ações para que outras pessoas e seguimentos pudessem se apropriar e desenvolver em favor do bem comum.
Ao lado da vontade de contribuir para o equilíbrio da Natureza, muitas pessoas se esqueceram de que, uma vez semeadas, plantadas, as árvores tinham o direito de crescer e se fortalecer, ao mesmo tempo em que deveriam ser acompanhadas no seu desenvolvimento por voluntários ou especialistas, realizando as podas necessárias e tomando todas as providências para que, num futuro próximo, elas não viessem a representar um tormento para muitas pessoas, desvirtuando seus objetivos.
Como todo processo que tem início sem planejamento adequado, o tempo passou, elas cresceram, desenvolveram patologias, as mais variadas, foram empurradas pelas construções desordenadas que foram erguidas ao redor tomando o espaço que poderiam utilizar, sofreram os processos de mutação normais e anormais, foram cruelmente atingidas pela ação de climas extremamente variáveis, chuvas, ventos torrenciais e tantos outros incômodos e, no final, algumas foram vencidas e sucumbiram, prejudicando bens e serviços de várias cidades e, em último caso, à população.
Em razão de tudo isso, o país inteiro sofre terrivelmente com a queda de árvores, danificando residências, prédios, veículos variados e, em muitos casos, matando pessoas e animais que estavam em sua área ou passavam por ali ocasionalmente, provocando prejuízos financeiros de grande monta, para desespero de muita gente.
O que ninguém se esforça para lembrar é de que as cidades deveriam ter um serviço completo e ativo de pessoas especializadas que verificassem, constantemente, as verdadeiras condições de saúde dessas árvores e, no tempo certo, providenciassem as ações de manutenção que evitassem um mal maior, inclusive com a economia de tempo e dinheiro público.
Na falta de mecanismos apropriados de proteção, várias cidades brasileiras vêm amargando, nos últimos meses, enormes prejuízos que não serão resolvidos no curto prazo, uma vez que, vão ter que instalar urgentemente, serviços que deveriam fazer parte de sua organização há muito tempo na correção de situações que, a rigor, poderiam ser consideradas normais.
Felizmente, ainda há tempo para que sejam estabelecidos procedimentos de correção, desde que os administradores dos municípios compreendam melhor que a função deles ao assumirem seus cargos está diretamente relacionada com a utilização adequada dos poucos recursos financeiros disponíveis e, quanto mais rápida a providência, melhor será para a administração geral.
Faço coro com o enorme contingente de cidadãos e cidadãs que espera que as árvores das cidades tenham um tratamento diferenciado - “vip” - e não venham sofrer com os descasos que até então foram e continuam sendo cometidos, em razão da falta de compromisso de muitos com as condições de sobrevivência das árvores, instrumentos tão eficazes no equilíbrio dos sistemas ambientais e tão necessário às perspectivas de sobrevivência dos seres “ditos humanos” que habitam o Planeta e tem como trajetória permanente caminhar em direção à Evolução.

Luiz Argollo

Jornalista

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