Em pleno século vinte
e um, os cidadãos com menor poder aquisitivo que habitam as cidades brasileiras
sofrem terrivelmente com os serviços médicos oferecidos pelas redes de
atendimento públicas que, na sua maioria, não dispõem de sistema efetivo de
controle de eficiência na prestação dos serviços ou gestão.
Invariavelmente, as
pessoas são obrigadas a chegarem de madrugada para pleitearem atendimento no
clínico geral ou em qualquer outra especialidade. O que é pior em tudo isso diz
respeito ao pobre cidadão que tem de aguentar horas intermináveis nos
corredores das unidades, aguardando pacientemente por um simples atendimento.
Passou da hora de as autoridades dos municípios institucionalizarem um atendimento
humanizado, com marcação prévia por telefone ou internet, facilitando a vida de
quem tem muito pouco e necessita de uma atenção maior para se sentir mais
confortável.
Na maioria dos casos
constatados, o Doutor, de qualquer especialidade, que deveria estar trabalhando
num determinado horário, afinal ele recebe pela quantidade de horas que foi
previamente estabelecida, chega horas depois do horário fixado e, com a maior
cara de pau do mundo, atropela os pacientes pelos corredores, sem cumprimenta-los
depois, com uma pressa digna dos seres ocupadíssimos, iniciam seu trabalho de
uma forma estranha e absurda.
Com uma má vontade
fora do comum, chama o cidadão ou cidadã pelo nome sem sequer esboçar ”bom dia”
ou “boa tarde” e, em rápidos instantes, sem tocar no paciente, preenche guias
médicas e envia para outros serviços que, certamente, demandam mais perda de
tempo e esperas intermináveis.
Dando a impressão que
estão tratando de gado e não de seres humanos, atendem os pacientes com as
portas do consultório escancaradas, permitindo, conscientemente, uma exposição
inadequada e sofrível de pessoas humildes que sequer esboçam reação. Todos os
que estão na fila ficam sabendo, ao vivo e em cores, os
problemas íntimos vivenciados por aqueles que passaram por atendimento antes
dele, fato que contraria os mais rudimentares protocolos de atendimento em
saúde pública.
Em razão de chegarem
mais tarde ao local de exercício clínico e, diante da quantidade estabelecida
de pacientes para atendimento no dia, em alguns locais cerca de 20 a 25 e cinco
usuários, zelosos profissionais tendem a agilizar o atendimento e são capazes
de dar conta desse conteúdo em cerca de duas horas, ou seja, não existe
diagnóstico adequado e mínimo que possa ser executado num curto espaço de tempo.
Nas sociedades, são
unânimes as reclamações pelos descasos cometidos em atendimentos em saúde nos
postos das redes públicas. O que se pode notar é que existem muitos
encarregados e chefes nesses serviços que não sabem por que estão lá e o que
fazer, principalmente em razão da falta de treinamento específico e preparo
para lidar com situações decorrentes da natureza do serviço prestado.
Num nível mais alto,
as autoridades responsáveis pelos atendimentos sequer sabem o que está
ocorrendo porque não são capazes de tirar o traseiro de suas confortáveis
cadeiras ou mesmo deixar seus gabinetes refrigerados para verificar o tipo de
atendimento que a população está recebendo, fato que contraria os discursos
exaustivamente explanados durante as campanhas eleitorais que precederam a
instalação no Poder.
Não estaria na hora de
começar a rever alguns procedimentos e, quem sabe, com muita humildade e bom
senso, reformular os atendimentos em saúde pública com melhor qualidade e
excelência?
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