segunda-feira, 6 de julho de 2015

Desrespeito à Saúde do Cidadão

Em pleno século vinte e um, os cidadãos com menor poder aquisitivo que habitam as cidades brasileiras sofrem terrivelmente com os serviços médicos oferecidos pelas redes de atendimento públicas que, na sua maioria, não dispõem de sistema efetivo de controle de eficiência na prestação dos serviços ou gestão.
Invariavelmente, as pessoas são obrigadas a chegarem de madrugada para pleitearem atendimento no clínico geral ou em qualquer outra especialidade. O que é pior em tudo isso diz respeito ao pobre cidadão que tem de aguentar horas intermináveis nos corredores das unidades, aguardando pacientemente por um simples atendimento. Passou da hora de as autoridades dos municípios institucionalizarem um atendimento humanizado, com marcação prévia por telefone ou internet, facilitando a vida de quem tem muito pouco e necessita de uma atenção maior para se sentir mais confortável.
Na maioria dos casos constatados, o Doutor, de qualquer especialidade, que deveria estar trabalhando num determinado horário, afinal ele recebe pela quantidade de horas que foi previamente estabelecida, chega horas depois do horário fixado e, com a maior cara de pau do mundo, atropela os pacientes pelos corredores, sem cumprimenta-los depois, com uma pressa digna dos seres ocupadíssimos, iniciam seu trabalho de uma forma estranha e absurda.
Com uma má vontade fora do comum, chama o cidadão ou cidadã pelo nome sem sequer esboçar ”bom dia” ou “boa tarde” e, em rápidos instantes, sem tocar no paciente, preenche guias médicas e envia para outros serviços que, certamente, demandam mais perda de tempo e esperas intermináveis.
Dando a impressão que estão tratando de gado e não de seres humanos, atendem os pacientes com as portas do consultório escancaradas, permitindo, conscientemente, uma exposição inadequada e sofrível de pessoas humildes que sequer esboçam reação. Todos os que estão na fila ficam sabendo, ao vivo e em cores, os problemas íntimos vivenciados por aqueles que passaram por atendimento antes dele, fato que contraria os mais rudimentares protocolos de atendimento em saúde pública.
Em razão de chegarem mais tarde ao local de exercício clínico e, diante da quantidade estabelecida de pacientes para atendimento no dia, em alguns locais cerca de 20 a 25 e cinco usuários, zelosos profissionais tendem a agilizar o atendimento e são capazes de dar conta desse conteúdo em cerca de duas horas, ou seja, não existe diagnóstico adequado e mínimo que possa ser executado num curto espaço de tempo.
Nas sociedades, são unânimes as reclamações pelos descasos cometidos em atendimentos em saúde nos postos das redes públicas. O que se pode notar é que existem muitos encarregados e chefes nesses serviços que não sabem por que estão lá e o que fazer, principalmente em razão da falta de treinamento específico e preparo para lidar com situações decorrentes da natureza do serviço prestado.
Num nível mais alto, as autoridades responsáveis pelos atendimentos sequer sabem o que está ocorrendo porque não são capazes de tirar o traseiro de suas confortáveis cadeiras ou mesmo deixar seus gabinetes refrigerados para verificar o tipo de atendimento que a população está recebendo, fato que contraria os discursos exaustivamente explanados durante as campanhas eleitorais que precederam a instalação no Poder.

Não estaria na hora de começar a rever alguns procedimentos e, quem sabe, com muita humildade e bom senso, reformular os atendimentos em saúde pública com melhor qualidade e excelência?

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