sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A Mentira é uma praga



Nos registros literários, a mentira é um gesto que contraria a verdade, sendo caracterizada como uma omissão, sinônimo de engano deliberado, trapaça, fraude, ilusão, ficção e tantos outros adjetivos de menor qualificação.
Na teoria, alguém apontado como mentiroso é considerado um ser amoral, sem consciência e, portanto, desprezível em quaisquer sociedades que, a rigor, não toleraria atitudes com essas características.
Na prática, contrariando a tudo que se poderia imaginar, a mentira tem sido parte integrante e contumaz dos discursos políticos, notadamente em épocas eleitorais, fundamentando ações mentalmente criadas para enganar o povo e, mais recentemente, objeto dos depoimentos de diversas autoridades, em vários níveis, que foram pegos cometendo algum tipo de desvio de conduta.
Muitos deles não tiveram o menor constrangimento ao montarem verdadeiras obras de artes para explicar nos tribunais o aumento indiscriminado e sem justificativa de seus bens ou outras atitudes danosas ao patrimônio público.
Outros seres, entretanto, para justificar vários atos infames, tiveram a capacidade de criar de forma tão fantástica suas argumentações mentirosas que passaram a acreditar em seu conteúdo indefinidamente.
Na verdade, o ser humano continua sendo educado para criar e disseminar algumas mentiras do bem, supostamente àquelas que não provocariam nenhum tipo de dano ou constrangimento a quem quer que seja.
O grande problema é que uma maioria acaba se acostumando com esse estado de coisas e resolve por si só não abrir mão desse dispositivo ao longo de suas vidas. Ao contrário, sofisticam seus conteúdos a tal ponto que passam a impressão de que sejam verdades e não tem o menor constrangimento em exercitar suas mentiras para desespero de muita gente.
Na qualificação psicológica sobre os tipos de mentiras utilizadas frequentemente pelas pessoas temos pelo menos quatro tipos: o mentiroso eventual, que como o próprio nome remete tende a ser aquela pessoa que utiliza esse mecanismo inocentemente para se safar, revelando medo de confrontar a realidade.
O mentiroso frequente, muito diferente do tipo eventual, que não perde tempo para analisar e fundamentar seus argumentos. Está sempre mentindo e já sabe como convencer. Sua experiência verbal e ações, no entanto, contradizem suas expressões corporais.
O mentiroso natural, no entanto, não consegue diferenciar verdades de mentiras. Tende a cair em constantes contradições e é capaz de corrigir suas atitudes com argumentos extremamente elaborados, sofisticados demais.
Já as características do mentiroso profissional demonstram que a pessoa foi treinada e mente para conseguir um objetivo específico. Estuda minuciosamente os argumentos das partes interessadas e sabe o que dizer. Desenvolve formas variadas de atuação para dominar sua linguagem corporal e passar a imagem mais adequada aos seus objetivos. Alguns se dedicam à prática de atividades ilegais como golpista.
Todos esses tipos são encontrados nas sociedades em maior ou menor proporção provocando estragos imensos. Estudos sobre comportamento humano demonstram que ninguém está isento de mentiras ao longo de suas vidas.
O grande problema observado é que muitos assumem essas características e passam a moldar suas vidas de acordo com esses princípios. Ações dessa natureza acabam desvirtuando os seres dos seus verdadeiros compromissos, ou seja, contribuir efetivamente para que as sociedades sejam mais organizadas e tratem seus cidadãos com mais igualdade e respeito. 

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