A
maioria das cidades brasileiras sofre terrivelmente com a pouca visão de seus
administradores em não dar a importância devida ao saneamento básico, um
instrumento fundamental para o crescimento e desenvolvimento delas.
Saneamento
básico é a atividade que coordena a captação e distribuição de água potável, a
coleta adequada e tratamento de esgoto, o manejo de resíduos sólidos com o
efetivo controle de pragas e agentes patogênicos, a limpeza urbana e todas as
ações que visem garantir o bem estar e a saúde da população.
Os
índices da falta de uma política correta no Brasil registram números altamente
preocupantes, que coloca as populações de muitas regiões em situação de altíssimo
risco.
Segundo
dados do ranking de saneamento do Banco Interamericano do Desenvolvimento, o
Brasil em matéria de saneamento básico, ocupa apenas a posição 112 entre 200
países no mundo, muito abaixo de países menos desenvolvidos, o que revela que é
preciso mudar totalmente a forma como trata essa questão.
Os
governantes, em todos os níveis, parecem não se preocupar muito com
planejamento e aplicação adequada de recursos financeiros para evitar algumas
situações de desconforto como as observadas nos dias atuais com a proliferação
de insetos, doenças variadas, epidemias, pandemias e endemias que causam uma
preocupação a mais para os cidadãos.
Apesar
da instalação pelo governo federal de programas voltados a corrigir os
problemas nessa área, nem sempre as instâncias menores estão preparadas para
gerir os recursos, por falta de pessoal especializado ou mesmo utiliza-los de
acordo com os projetos apresentados.
Em
muitos momentos, essa incapacidade de gerenciamento penaliza as populações mais
carentes, isso sem falar nos desvios de recursos que não são utilizados dentro
dos parâmetros dos projetos.
O
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, órgão do Ministério das
Cidades do governo federal, registra que mais da metade da população brasileira
não tem acesso à coleta de esgoto, convivendo precariamente em razão dos
problemas que a falta desse dispositivo acarreta.
Outro
órgão do sistema constata que três mil e quinhentas piscinas olímpicas de
esgoto são despejadas diariamente sem nenhum tratamento nos mares, rios, lagos
e cursos de água dentro e fora do país, comprometendo ainda mais a fauna e
flora do seu entorno.
Nessa
mesma linha, seis milhões de brasileiros não tem acesso a banheiros com
condições mínimas de utilização, o que pode parecer irreal, mas é grande a
quantidade de residências que são projetadas e construídas sem banheiros.
O
que se pode lamentar em tudo isso é o fato de que cada real investido em
saneamento básico proporciona uma economia de quatro reais em saúde pública,
que poderiam ser revertidos na qualidade de vida de toda a população.
Alguns
analistas no assunto teimam em afirmar que a falta de visão dos governantes provoca
uma piora nesse estado de coisas. Entendem que, era preciso um preparo mais
adequado para que pudessem executar suas funções. Por outro lado, nos locais
onde existem instalações mínimas de saneamento, a população não colabora da
forma como deveria, suja deliberadamente os ambientes sem se preocupar com as
consequências. Falta, sobretudo, conscientização.
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