segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Saneamento básico deficiente

A maioria das cidades brasileiras sofre terrivelmente com a pouca visão de seus administradores em não dar a importância devida ao saneamento básico, um instrumento fundamental para o crescimento e desenvolvimento delas.
Saneamento básico é a atividade que coordena a captação e distribuição de água potável, a coleta adequada e tratamento de esgoto, o manejo de resíduos sólidos com o efetivo controle de pragas e agentes patogênicos, a limpeza urbana e todas as ações que visem garantir o bem estar e a saúde da população.
Os índices da falta de uma política correta no Brasil registram números altamente preocupantes, que coloca as populações de muitas regiões em situação de altíssimo risco.
Segundo dados do ranking de saneamento do Banco Interamericano do Desenvolvimento, o Brasil em matéria de saneamento básico, ocupa apenas a posição 112 entre 200 países no mundo, muito abaixo de países menos desenvolvidos, o que revela que é preciso mudar totalmente a forma como trata essa questão.
Os governantes, em todos os níveis, parecem não se preocupar muito com planejamento e aplicação adequada de recursos financeiros para evitar algumas situações de desconforto como as observadas nos dias atuais com a proliferação de insetos, doenças variadas, epidemias, pandemias e endemias que causam uma preocupação a mais para os cidadãos.
Apesar da instalação pelo governo federal de programas voltados a corrigir os problemas nessa área, nem sempre as instâncias menores estão preparadas para gerir os recursos, por falta de pessoal especializado ou mesmo utiliza-los de acordo com os projetos apresentados.
Em muitos momentos, essa incapacidade de gerenciamento penaliza as populações mais carentes, isso sem falar nos desvios de recursos que não são utilizados dentro dos parâmetros dos projetos.
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, órgão do Ministério das Cidades do governo federal, registra que mais da metade da população brasileira não tem acesso à coleta de esgoto, convivendo precariamente em razão dos problemas que a falta desse dispositivo acarreta.
Outro órgão do sistema constata que três mil e quinhentas piscinas olímpicas de esgoto são despejadas diariamente sem nenhum tratamento nos mares, rios, lagos e cursos de água dentro e fora do país, comprometendo ainda mais a fauna e flora do seu entorno.
Nessa mesma linha, seis milhões de brasileiros não tem acesso a banheiros com condições mínimas de utilização, o que pode parecer irreal, mas é grande a quantidade de residências que são projetadas e construídas sem banheiros.
O que se pode lamentar em tudo isso é o fato de que cada real investido em saneamento básico proporciona uma economia de quatro reais em saúde pública, que poderiam ser revertidos na qualidade de vida de toda a população.

Alguns analistas no assunto teimam em afirmar que a falta de visão dos governantes provoca uma piora nesse estado de coisas. Entendem que, era preciso um preparo mais adequado para que pudessem executar suas funções. Por outro lado, nos locais onde existem instalações mínimas de saneamento, a população não colabora da forma como deveria, suja deliberadamente os ambientes sem se preocupar com as consequências. Falta, sobretudo, conscientização.

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