Nos
compêndios literários, a corrupção é uma verdadeira erva daninha que destrói
excelentes iniciativas e compromete a segurança de muitas vidas em todo o mundo.
O problema instala-se, furtivamente nas administrações e negócios de diferentes
naturezas, motiva interesses espúrios e tende a comprometer a qualidade de vida
das populações.
Waldo
Vieira, um conhecido médico e pesquisador, defendia a tese que o ser humano
integral nunca deveria se deixar corromper, porque significaria destruir sua própria
integridade e identidade, ser rebaixado moralmente, infectar, macular,
deteriorar, tornar-se impuro, características que o deixariam completamente
vulnerável, caindo no completo descrédito.
O
pesquisador ia mais além quando afirmava que autocorrupção é um processo onde o
ser humano trai seus próprios conhecimentos e princípios e, na verdade, não
trai somente aqueles que confiaram e acreditaram em seu trabalho, mas
principalmente a si mesmo.
Enfatizava,
em suas análises, que o ser corrompido não demonstra nenhuma coerência com tudo
que aprendeu ao longo de sua existência, notadamente com os pressupostos
básicos que deveriam aproxima-lo de seus iguais, como respeito, amizade,
cooperação e tantos outros.
Esse
mal, entretanto, sempre fez parte de muitas gerações, desde tempos imemoriais,
não representando nenhuma novidade para quem quer que seja. O que se verifica é
que os tipos de atuação variaram muito e se tornaram sofisticados demais com a
evolução das sociedades.
É
sabido que as opções por métodos corruptivos em todos os níveis demonstram, claramente,
a colocação em prática de procedimentos que pregam levar vantagens sobre tudo,
indiscriminadamente, mascarando a preguiça e má vontade do ser em fazer sua
parte e receber apenas o que tinha sido combinado.
No
momento presente, em praticamente todos os territórios, o que se vê são ações
muito articuladas por pequenos, médios e grandes grupos, que não estão
dispostos a participar somente de processos comuns, mas sim de estabelecerem
fórmulas capazes de facilitarem os resultados em seus próprios benefícios.
Os
resultados aparecem nas licitações fraudulentas, nos concursos públicos e ou
privados onde alguns conseguem saber, antecipadamente as informações e dicas
que podem fazer a diferença e facilitar suas pretensões.
Na
mesma direção, esses corruptos não têm a menor preocupação em substituir
materiais devidamente classificados por outros de pior qualidade, na execução
de obras públicas ou privadas que tendem a não atingir seus reais objetivos.
Enfim,
quando se espera que tais hábitos sejam modificados e outros seres assumam com
novas posturas, mais éticos, menos suscetíveis ao estado de coisas que ainda
impera, percebe-se que há muito por fazer e mudar.
Será
preciso ter que destruir uma sociedade inteira para que novos seres estejam
mais qualificados para administrar o que faz parte dos seus cenários?
Como
é praticamente impossível destruir tudo, será perfeitamente aceitável que os
cidadãos repensem suas atitudes e estejam dispostos a construírem uma nova realidade.
Trabalhando melhor seus egos e pensando e atuando mais adequadamente em favor
da coletividade.
Pode
ser que haja tempo suficiente para instalar uma nova consciência nos seres que
ainda estão por aqui. Mas será um longo processo, cheio de altos e baixos,
porque os seres ainda não compreenderam o sentido humanitário que habita dentro
deles.
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