domingo, 21 de fevereiro de 2016

Aliados

Ao longo do tempo, a origem e o sentido das palavras vêm sendo modificados de acordo com as necessidades e conveniências. Na maioria das vezes para atender situações pontuais que fogem completamente de sua configuração inicial.
Nota-se, claramente, um movimento em sentido contrário para modificar conceitos institucionalmente consagrados em detrimento dos interesses gerais.
Aliados é uma palavra completamente desfigurada no momento no Brasil e em várias partes do mundo, porque deveria definir uma aliança ou união de grupos ou pessoas voltadas para desempenharem ações de interesse comum.
Em sua concepção inicial, aliados seriam pessoas dispostas a desempenhar um papel estrategicamente elaborado e dentro de princípios que poderia significar mudanças na sociedade.
Por melhores que sejam os propósitos, aliar-se a um projeto não significa, necessariamente, que a adesão estaria voltada para o desenvolvimento de causas positivas mesmo porque, existem muitos seres que se aliam à bandidagem ou à prática de causas menos nobres. Outros fatores podem estar em jogo, completamente separados de questões éticas ou humanitárias.
No Brasil, nos últimos anos, o cenário político tem mostrado a face oculta dos aliados, na Câmara e no Senado Federal, nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas e em tantos outros níveis de governo, demonstrando que é preciso reavaliar as alianças ou escolher melhor os parceiros para projetos de interesse geral.
As ações despropositadas desses personagens estão voltadas unicamente para atender suas necessidades. O vale tudo instituído e abominável passa por cima de tantas normas, leis e decretos que deveriam proteger os direitos dos cidadãos.
Na contramão da história, os maiores prejudicados são os seres comuns, que não tem foro privilegiado ou representantes dignos nas áreas competentes e muitas vezes não sabem defender adequadamente seus direitos.
Sem ter o menor pudor ou receio, aliados impõem suas modificadas teses e esfaqueiam pelas costas seus parceiros e as sociedades que representam, muitas vezes para terem algum ganho financeiro extraordinário, no nível pessoal ou do seu grupo, em detrimento das causas que teriam se associado para defender.
Em razão desse tipo de distorção se expandir na coletividade com grande rapidez é possível constatar esses desvios em praticamente todas as áreas da atividade humana, nas administrações, nas empresas, nas entidades, nos negócios e assim por diante.
Passa a impressão de que instalaram de forma propositada vírus nos indivíduos para corroê-los, deixando-os completamente frágeis e à mercê unicamente de seus propósitos. Rapidamente virou uma epidemia que, se não contida a tempo, deverá provocar um grande estrago.
Uma máxima adotada literalmente por todos ao longo do tempo dizia: “O que é combinado não é caro”. De repente, o combinado passou a ser muito caro e não merece ser respeitado, levado em consideração.
O mundo vive um processo permanente de mudanças e as populações poderiam esperar por atitudes e comportamentos melhores de seus membros, principalmente daqueles que experimentam posições de comando em vários níveis. A realidade vivida nem sempre corresponde às expectativas da população.
O assunto não pode nem deve ficar restrito a alguns seres é necessário que todos se posicionem e lutem para mudar esse quadro.

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