quinta-feira, 17 de março de 2016

Os Enjeitados

Nas diversas sociedades instaladas em todo o globo, as pessoas são estimuladas a respeitar integralmente os seres considerados normais e nem sempre conseguem enxergar, ver e tratar adequadamente os outros seres não normais, que não estão nesse patamar porque não preenchem essa regra, são os superdotados e os que têm deficiências infinitas de aprendizado. Em vários cenários, em múltiplos lugares, os que apresentam características acima ou abaixo da normalidade são literalmente isolados e tratados de forma diferenciada, às vezes são punidos pelo desprezo e pouco caso, porque as pessoas ainda não estão devidamente prontas para conviver pacificamente com esses segmentos. Os que não conseguem acompanhar o nível de aprendizado da maioria padecem mais ainda, sofrendo Bullying das mais diferentes formas porque a maioria ao redor não se cansa de caracteriza-los de idiotas, imbecis, burros. Esses procedimentos estão presentes em muitos lugares, principalmente nas escolas de ensino fundamental que deveriam proporcionar educação elementar, além de zelar pela formação adequada de crianças e adolescentes. A rigor, parece que ser um cidadão ou cidadã com características acima ou abaixo da média tende a ser um castigo ou provação, que deve ser paga com inúmeras situações de desconforto, preconceitos e discriminação. É como se a própria sociedade estivesse dizendo: quem mandou você ser diferente? E comum encontrar seres pequeninos que são isolados em escolas, parques e outros mecanismos voltados à educação, porque não existem profissionais devidamente preparados para orienta-los ou inseri-los no contexto. Faltam, também, políticas corretas de inclusão que poderiam detectar situações nesses níveis e corrigi-las prontamente. Muitos deles – os chamados superdotados - revelam possuir graus acentuados e mais elaborados de conhecimento, mostrando que existe uma ou mais realidades que precisam ser conhecidas e consequentemente utilizadas em favor do bem comum. O processo de superdotação vivido pelo ser não está direcionado para um único caminho, ao contrário, revela que existem universos amplos e, acima de tudo, cada ser tem particularidades e potencialidades que precisam de observação acurada e atenção permanente dos educadores. Na outra ponta, os seres que revelam dificuldades em formação elementar sofrem mais ainda, porque quem está se candidatando a educa-los não admite, nunca, que alguém tenha tantos problemas para compreender princípios básicos de aprendizagem. Em muitos momentos, é possível ver os administradores completamente perdidos em suas ações, falta humildade e respeito ao semelhante, porque estão sendo constantemente desafiados e são totalmente incapazes de estabelecer outros parâmetros de entendimento e atuação. Esses profissionais preferem fechar os olhos às realidades a ter que trabalhar intensamente para mudar o quadro à sua frente, deixando de levar em conta que são seres em formação e necessitam de todo o apoio possível para saírem do estágio em que se encontram. Nos cursos e treinamentos implantados para administradores escolares, em vários níveis, faltam muitos instrumentos de compreensão das realidades, notadamente quando se trata do olhar para os diferentes em suas dúvidas, incertezas e inquietações. Se os profissionais que se candidataram a trabalhar em favor desses seres não fizerem realmente a parte que lhes cabem será difícil reverter esse quadro caótico.

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