Numa sociedade em
processo constante de mudanças, marcada pelo enfrentamento a novos e
complicados paradigmas, o papel de pai ganha contornos de extraordinária
importância, notadamente porque é preciso estar mais atento a tudo que cerca os
filhos, em casa, na escola, no relacionamento com colegas e amigos e nos
diversos locais por onde vão passar essas crianças e adolescentes.
Ao assumir esse papel
tão relevante de fato e de direito, os pais devem estar conscientes das
obrigações e dos compromissos anteriormente assumidos, ou seja, de proporcionar
melhores condições para o desenvolvimento e crescimento desses frágeis seres,
estando próximos para ampara-los, orientando seus passos e estando disponíveis,
sempre, para corrigir rumos se necessário.
Uma verdade
incontestável é que muitos pais ainda não se sentiram responsáveis pelas
figuras humanas que ajudaram a colocar no mundo, porque a situação mais fácil e
cômoda para muitos deles é ignora-los, como uma forma própria de defesa não compreendida
pelos seres normais.
Alguns pais mais
distantes se sentem como simples doadores do esperma que desencadeou uma
gravidez quase sempre indesejada pelos parceiros e, posteriormente, quando
esses pequenos seres vieram ao mundo, fizeram questão absoluta de não ter
nenhuma intimidade ou contato para não serem chamados a acolher e responder por
suas vidas e consequentemente seus atos.
Nesse estado de
aparente abandono e falta de proteção a que são submetidos em várias
comunidades, crianças, adolescentes e jovens ficam livres para escolher ou
serem induzidos para caminhos nem sempre adequados e corretos.
Tornam-se vítimas
fáceis em estado de vulnerabilidade total, sendo submetidos a processos cruéis
de engajamento em ações criminosas de diferentes e sofisticados níveis,
notadamente no tráfico de drogas, furto e roubo, manipulados por adultos que
assim agem porque o pátrio poder não se instalou devidamente nas famílias
desses abandonados seres.
Nessa realidade de
exposição sem limites, seres sem conhecimento suficiente para compreender as
melhores opções, acabam destruindo suas possibilidades concretas de formação ao se aventurarem em caminhos que
poderiam ser previstos pelos pais e acompanhados devidamente para que não saíssem
de sua trajetória, revelando uma omissão descarada de quem deveria se preocupar
permanentemente com eles.
A missão de ser pai não
é fácil porque está recheada de altos e baixos como qualquer outra, mas é um
compromisso que pode trazer grandes e inomináveis prazeres, na medida em que os
filhos conseguem vencer barreiras imensas, transformando suas tristes realidades
e alcançando patamares de excelência acima dos limites imagináveis.
O que falta à maioria
dos pais de plantão é perceber que seus filhos podem ter que viver situações
muito parecidas aos quais eles já tinham enfrentado e vencido. Exatamente por
terem noção das dificuldades ao longo do caminho poderiam ajudar pontualmente,
facilitando para que seus rebentos não tenham que passar pela mesmas provações,
estando sujeitos a cometerem os mesmos erros vistos e
abominados em passado recente.
No momento em que se
destaca a função gloriosa de pai, é preciso que se junte à comemoração o gesto
nobre de amigo, companheiro, inspirador, protetor e, sobretudo conselheiro, de
um universo de seres em formação que clamam pelo amparo para que possam dar
conta do recado.
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