Não é novidade para ninguém o avanço das drogas em todas as classes
sociais, invadindo lares, destruindo famílias, desagregando pessoas que tem a
missão de orientar e acompanhar o desenvolvimento de seus filhos.
Em razão desse
avanço, passou a ser considerada normal a saída dos filhos da sua habitação
natural, indo morar em outras residências que não a de seus familiares ou mesmo
temporariamente nas ruas, sendo objeto da voracidade de traficantes de drogas
que veem neles instrumentos de comercialização e entrega de suas mercadorias,
uma vez que, se apanhados pela Polícia tem a desculpa de que são crianças e
adolescentes e, a princípio, não sofrerão as penas que estão previstas nas
leis.
Considerados
mão-de-obra barata e eficiente, esses meninos e meninas passaram a ser
recrutados em todos os lugares, sendo perseguidos por gangues que não lhes dão
tréguas e são capazes das artimanhas mais cruéis para aliciá-los.
Aos olhos da
população, que muitas vezes finge que não acontece nada ao seu redor por temor
de represálias ou mesmo porque consideram que os envolvidos na distribuição de
drogas são seres irrecuperáveis, invariavelmente perdidos e sequer mereceriam a
atenção de setores mais atentos das comunidades.
Em todo esse
processo, é importante falar do papel dos pais, que precisam
estar atentos aos menores deslizes de seus filhos, para os colocarem de volta
nos rumos corretos, orientando, cobrando posturas mais adequadas e mostrando os
perigos decorrentes do envolvimento nesse perigoso rumo.
Infelizmente,
cansamos de ver e ouvir falar de situações onde crianças e adolescentes são
expostos e manipulados com o dinheiro chamado fácil, proveniente da venda e
entrega de drogas e que, muitas vezes, em razão das importâncias monetárias
recebidas pelos filhos, seus pais ficam alienados, “cegos", “surdos” e
“malcriados” porque nem sempre conseguem receber do trabalho que realizam nem metade das
importâncias que seus filhos trazem para dentro de casa a cada semana, em razão
disso, fingem que não está acontecendo nada.
Essa omissão
deliberada está provocando um enorme prejuízo para as sociedades brasileiras,
porque essas crianças e adolescentes ficam permanentemente nas ruas, expostos
aos maiores incômodos e, quando se tornam também consumidores das drogas que
comercializam, acabam invariavelmente, sendo levados para tratamentos
caríssimos às expensas dos Poderes constituídos, nem sempre atentos aos
procedimentos de prevenção que seriam importantes para evitar as situações que
terão que remediar num futuro próximo.
Aos pais e
provedores é sempre bom salientar de que são seres responsáveis por essas
crianças e adolescentes, dai, nunca é demais relembrar de que não devem
desistir de seus filhos, apesar dos problemas que eles eventualmente estejam
causando. O ombro amigo, a orientação segura e a insistência de que eles
retomem o bom caminho deve ser a bandeira a ser desfraldada todos os dias.
Antes mesmo de a
convivência com eles se tornarem insuportável, mesmo porque quem se droga perde
a capacidade de discernimento e respeito por si mesmo e pelos seus semelhantes,
é preciso procurar uma ajuda especializada nos órgãos públicos locais. Mas o
tratamento que eles serão encaminhados necessita do apoio incondicional dos
responsáveis, sem o qual todo esse procedimento não terá a menor condição de
ter sucesso.
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