quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A Criança, o Adolescente e as Drogas

      Não é novidade para ninguém o avanço das drogas em todas as classes sociais, invadindo lares, destruindo famílias, desagregando pessoas que tem a missão de orientar e acompanhar o desenvolvimento de seus filhos.
        Em razão desse avanço, passou a ser considerada normal a saída dos filhos da sua habitação natural, indo morar em outras residências que não a de seus familiares ou mesmo temporariamente nas ruas, sendo objeto da voracidade de traficantes de drogas que veem neles instrumentos de comercialização e entrega de suas mercadorias, uma vez que, se apanhados pela Polícia tem a desculpa de que são crianças e adolescentes e, a princípio, não sofrerão as penas que estão previstas nas leis.
      Considerados mão-de-obra barata e eficiente, esses meninos e meninas passaram a ser recrutados em todos os lugares, sendo perseguidos por gangues que não lhes dão tréguas e são capazes das artimanhas mais cruéis para aliciá-los.
        Aos olhos da população, que muitas vezes finge que não acontece nada ao seu redor por temor de represálias ou mesmo porque consideram que os envolvidos na distribuição de drogas são seres irrecuperáveis, invariavelmente perdidos e sequer mereceriam a atenção de setores mais atentos das comunidades.
     Em todo esse processo, é importante falar do papel dos pais, que precisam estar atentos aos menores deslizes de seus filhos, para os colocarem de volta nos rumos corretos, orientando, cobrando posturas mais adequadas e mostrando os perigos decorrentes do envolvimento nesse perigoso rumo.
        Infelizmente, cansamos de ver e ouvir falar de situações onde crianças e adolescentes são expostos e manipulados com o dinheiro chamado fácil, proveniente da venda e entrega de drogas e que, muitas vezes, em razão das importâncias monetárias recebidas pelos filhos, seus pais ficam alienados, “cegos", “surdos” e “malcriados” porque nem sempre conseguem receber  do trabalho que realizam nem metade das importâncias que seus filhos trazem para dentro de casa a cada semana, em razão disso, fingem que não está acontecendo nada.
      Essa omissão deliberada está provocando um enorme prejuízo para as sociedades brasileiras, porque essas crianças e adolescentes ficam permanentemente nas ruas, expostos aos maiores incômodos e, quando se tornam também consumidores das drogas que comercializam, acabam invariavelmente, sendo levados para tratamentos caríssimos às expensas dos Poderes constituídos, nem sempre atentos aos procedimentos de prevenção que seriam importantes para evitar as situações que terão que remediar num futuro próximo.
      Aos pais e provedores é sempre bom salientar de que são seres responsáveis por essas crianças e adolescentes, dai, nunca é demais relembrar de que não devem desistir de seus filhos, apesar dos problemas que eles eventualmente estejam causando. O ombro amigo, a orientação segura e a insistência de que eles retomem o bom caminho deve ser a bandeira a ser desfraldada todos os dias.

      Antes mesmo de a convivência com eles se tornarem insuportável, mesmo porque quem se droga perde a capacidade de discernimento e respeito por si mesmo e pelos seus semelhantes, é preciso procurar uma ajuda especializada nos órgãos públicos locais. Mas o tratamento que eles serão encaminhados necessita do apoio incondicional dos responsáveis, sem o qual todo esse procedimento não terá a menor condição de ter sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário